BDSM É SEXO OU TRANSTORNO SOCIAL?

O comportamento das pessoas é como suas próprias impressões digitais; provavelmente não haverá igual a outro em nenhum canto do planeta! O ser humano é imprevisível, pouco prudente e libertinamente jogado às coisas da vida. Alguns escondem isso até a morte e seus comportamentos são adequados a um disco de dupla face; a noite provavelmente algumas pessoas são uma espécie de “Maria Madalena”, já de dia, aos olhos da família, a mesma pessoa pode ser uma espécie de “João Machão”.

Nem eu nem ninguém podemos avaliar; criticar ou conhecer de fato cada uma destas condutas. Por mais séria que seja a comunidade em que viva alguém de comportamento desigual, todo ser humano é livre para fazer aquilo que melhor se adequar a sua vida, desde que não haja transgressão legal. Do mesmo modo que por mais liberal que seja o meio, muitos também não devem aflorar um lado mais alegórico, porque tudo dependerá da cultura geral praticada.

Toda comunidade desempenha um ritmo para seu cotidiano e é claro que uma tribo no meio da África selvagem não será jamais igual a uma comunidade bucólica do Sertão Nordestino; o mesmo se aplica para os padrões adotados na megalópole Tóquio; estes com certeza, jamais serão parecidos, com a vida de quem vive em São Paulo. Cada povo cultiva o seu próprio molde comportamental e nada será tão simples ou difícil se alguém quiser adotar níveis acima ou abaixo daquilo que é praticado.

Em cada comunidade há pessoas que praticam crimes; muitas vezes ao lado do crime há os que celebram rituais religiosos; noutras esquinas há as pessoas que vivem do sexo e pertinho dali há creches, escolas, delegacias e supermercados; cada um pratica ao seu devido tempo aquilo que lhe foi conferido pela mente para aquele dia e isso é o normal de todos os povos, sejam os mulçumanos, budistas, cristãos ou céticos!

Paralelamente a cada comportamento há o submundo das razões comportamentais; são pessoas que aderiram a um padrão totalmente intrínseco e mesmo não sendo contravenção penal, crime ou disfunção social, ele preferem viver em “quase” anonimato, isso porque, muitas das práticas do comportamento humano podem ser chamadas de aberrações.

Viver algo que pode ser rotulado como anomalia social ou intolerável por sua comunidade pode gerar sérias conseqüências para si e para o restante da família. Existem práticas tão escabrosas, do ponto de vista da maioria, que quem assume publicamente, dependendo do local onde viva, corre sérios riscos a vida, como por exemplo, os praticantes do BDSM.

BDSM é um acrônimo para a expressão Bondage, Disciplina, Sadismo e Masoquismo; um grupo de padrões de comportamento sexual humano que raramente se percebe em locais livres da censura popular. Quem é praticante deste conjunto de condutas sexuais provavelmente só assuma isso para quem seja seu parceiro de aventuras e jamais para seu melhor amigo!

Discernir cada uma das letras deste acrograma pouco difundido é simples; o “B” é usado para a palavra BONDAGE, que está relacionado à prática sexual sob representações fantasiosas de disciplina, castigo e punição. Pessoas adeptas ao BONDAGE geralmente se submetem a torturas que podem ser das mais simples, como se deixar pingar parafina de vela derretendo sobre o corpo, algumas palmadas com acessórios próprios a até ingestão de fezes daquele que é eleito como mestre.

Pode parecer repugnante e até inaceitável para a maioria das pessoas, mas para quem pratica; eles dizem que sentem de fato prazer em aceitar cada uma das submissões perversas ligadas ao sexo. Nem sempre alguém se diverte como mestre do ato, afinal de contas, para haver os escravos, como eles mesmos se denominam, precisa haver pelo menos um mestre ou um dono. Mestres são os que determinam o grau de dor a ser aplicado contra seus escravos; já os dominados não podem jamais reclamarem dos atos de seus donos.

O “D” e o “S” da sigla significam DISCIPLINA e/ou SUBMISSÃO; indiferentemente dos que adoram a prática do BONDAGE, existem os que somente apreciam a submissão. Neste caso as pessoas são tratadas como animais e precisam se comportar como tais durante o ato sexual. Muitos são feitos de tapetes vivos e o mais comum é a utilização de coleiras que simulam a dominação de um cão caseiro.

Já o “M” significa MASOQUISMO, que também pode ser lido como sadismo ou sadomasoquismo. Se olharmos etimologicamente cada um dos termos, um é praticamente igual ao outro, porque Sadomasoquismo refere-se a relações entre tendências diferentes entre pessoas buscando prazer sexual. O termo sadomasoquismo seria a relação entre tendências opostas, o sadismo e masoquismo.

O sadismo é a tendência em uma pessoa que busca sentir prazer em infligir o sofrimento físico e moral a outra pessoa; traços de humilhação, que pode ser em locais isolados e sigilosos ou até em público; já o masoquismo é a tendência oposta ao sadismo; é a tendência em uma pessoa que busca sentir prazer em receber o sofrimento físico e moral de outra pessoa, não importando, muitas vezes, aquilo que lhe é praticado ou o local onde são praticadas as humilhações e perversões humanas.

A relação destas duas tendências não representa que a mesma pessoa possui as duas tendências e sim um contato entre pessoas com tendências opostas; sadomasoquismo não é uma tendência e sim relações entre tendências. O sadomasoquismo nem sempre envolve o sexo com penetração, sendo muito comum a masturbação mútua, pelo menos é o que preceitua aqueles que os praticam e publicam seus relatos, muitas vezes públicos, mas raramente identificados por nomes corretos.

Faz-se bem lembrar que quem pratica ou é admirador do BDSM não está cometendo crime algum, desde que o faça em locais longe de crianças e adolescentes; isso também se pratica para as famosas páginas virtuais de internet. Mas uma coisa é certa, clara e simples; sentir prazer através da dor própria ou pela por proporcioná-la a outras pessoas, nem a psiquiatria moderna pode explicar. É inegável que exista naqueles que de fato sentem este “pseudo prazer” através da prática BDSM uma anomalia psíquica ou um transtorno momentâneo.

Ninguém que goze de uma mente sã poderá afirmar que jogar fezes sobre alguém, fazê-la de cão com coleiras cheias de pontas; cortar a carne até sangrar, pingar vela derretida sobre um corpo ou açoitar as costas com chicotes pode fazer com que outrem sinta deleite verdadeiro. Quem executa ou promove tais práticas aberrantes em nada tem de diferente daqueles que buscam os prazeres do sexo com animais ou até mesmo os que buscam o mesmo prazer em cadáveres. Sim, eles existem e são tão bárbaros e cruéis quanto os estupradores e molestadores de crianças. Todas estas classes de humanos, se é que isso pode ser classificado desta forma, possui as mesmas características sexuais, a do prazer anômalo.

No meu singelo ponto de vista; de quem estuda a mente humana do ponto de vista do crime, pessoas que se autodenominam praticantes ou simpatizantes do BDSM não podem declarar que são apenas fetiches. Estas pessoas podem ser facilmente classificadas como sendo portadoras de Transtorno de Personalidade Anti Social, ou vulgarmente, SOCIOPATAS.

O comportamento impulsivo caracterizado pelo desprezo pelas normas sociais e indiferença aos direitos e sentimentos dos outros, por mais que alguém diga que os outros permitem; jamais se classifica por um ser humano normal. Aquele que permite ato desumano a si próprio, maioria dos casos a mulher, poderia, em muitos casos, ser diagnosticado como demência e/ou Transtorno de Personalidade Limítrofe. Em ambos os casos os distúrbios acontecem geralmente na adolescência e se diagnosticado em tempo, podem não gerar problemas graves na fase adulta.

Enquanto as pessoas gostarem de ferir, humilhar ou se ferirem e serem humilhadas durante o ato sexual; se mantiverem recolhidas aos seus próprios locais sem a interferência livre social, ainda há uma esperança. O problema maior é quando elas começam a agir por compulsão e partirem para buscar adeptos e começarem a empregar o crime nesta obtenção. É nesta hora que a “brincadeira de mau gosto” passa a ser uma ameaça social e neste caso, o combate somente pode ser feito através de intervenção policial e jurídica.

Com sabedoria e discernimento humano, passe a observar cada vez mais o comportamento de seu filho e em todos os casos, seja qual for, dialogue muito e converse desde cedo sobre sexo, drogas e rock in roll. Sem a caretice de que não devemos anteceder os fatos do mundo com nossos filhos, afinal de contas, se eles não começarem, souber das coisas desta natureza, pelo prisma dos pais, com certeza o farão em breve pelo prisma do mundo e muitas vezes a prática antes da teoria pode ser um desastre.

Muitos dos comportamentos não são doenças, mas podem sim gerar enfermidades graves e de difícil remédio. Em 100 anos o mundo deixou de ver carroças cujas mulas defecavam nas ruas e geravam ojeriza da população; ao invés disso hoje vemos foguetes armados cruzando o céu e deixando rastros de mortes e quase ninguém reclama. Aproveite o tempo de mudança e ensine e se não se encontrar em condições, peça ajuda urgente. Isso vale para os pais e para os filhos!

Carlos Henrique Mascarenhas Pires

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Enviado por CHaMP Brasil em 16/08/2010
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