A PROSTITUIÇÃO É UM MAL NECESSÁRIO?
A PROSTITUIÇÃO É UM MAL NECESSÁRIO?
Os sociólogos chamam a prostituição de: A mais antiga profissão do mundo. No entanto não dizem que foi o homem, não a mulher, que esteve na origem de tal profissão. O fato de a mulher ser considerada pelo homem como um ser inferior ou objeto contribui para isso. Através dos tempos, o homem sempre usou a mulher como mero objeto. O objeto pode ser dado, alugado, trocado ou vendido. Desde os primórdios da humanidade o homem tem feito isso a fim de obter lucros ás custas da sexualidade da mulher. Em todas as culturas o homem tem usado o sexo para explorar e dominar a mulher. Até mesmo na religião se explorou a mulher no sentido sexual.
Na antiguidade todo o templo pagão tinha as suas prostitutas. As meretrizes do templo eram usadas para recolher fundos para a mantença do templo e o sustento dos sacerdotes.
As religiões do paganismo tinham o costume de oferecer sacrifícios humanos para apaziguar a ira do seu deus. A história mostra que os cananeus iam a ponto de sacrificar os seus bebês. De modo geral ao final dos seus rituais religiosos uma virgem era oferecida em sacrifício. Quando não havia uma virgem eles sacrificavam uma prostituta. As prostitutas do templo eram usadas nas orgias sexuais que faziam parte da adoração pagã.
Até mesmo nos tempos bíblicos a prostituição de templo era algo comum.
Transcrevo aqui a passagem de Gênesis 38:11 - 26:
- Então disse Judá a Tamar sua nora: "Mora como viúva na casa de teu pai, até que Selá, meu filho, seja grande". Pois ele disse para si mesmo: "Para que porventura não morra também este, como seus irmãos". Assim se foi Tamar e ficou na casa de seu pai.
Passaram-se assim muitos días e morreu a filha de Sua, mulher de Judá; e Judá guardou o período do luto. Depois subiu aos tosquiadores das suas ovelhas em Timna, ele e Hira, seu amigo, o adulamita.
Então foi comunicado a Tamar: "Eis que o teu sogro sobe a Timna, a tosquiar as suas ovelhas".
Em vista disso ela removeu de si os vestidos da sua viuvez e cobriu-se com o véu, e envolvendo-se num xale e assentou-se à entrada das duas fontes que estão no caminho de Timna, porque via que Selá já era grande, e ela não lhe fora dada por esposa.
E vendo-a Judá, teve-a por uma prostituta, porque ela tinha coberto o seu rosto.
E dirigiu-se a ela no caminho, e disse: "Permite-me, por favor, ter relações contigo". Porquanto não sabia que era sua nora. E ela disse: "O que me darás para ter relações comigo?".
E ele disse: "Eu te enviarei um cabrito do rebanho". E ela disse: "Dar-me-ás penhor até que o envies?".
Então ele disse: "Que penhor é que te darei?" E ela disse: "O teu selo, e o teu cordão, e o cajado que está em tua mão". Entregou-lhos então e teve relações com ela, de modo que ela ficou grávida. E ela se levantou, e foi embora tirando de sobre si o seu véu, e vestiu os vestidos da sua viuvez.
E Judá enviou o cabrito por mão do seu amigo, o adulamita, para tomar o penhor da mão da mulher; porém não a achou.
E perguntou aos homens daquele lugar, dizendo: "Onde está a prostituta de templo que estava no caminho junto às duas fontes?" E disseram: "Nunca houve neste lugar prostituta de templo".
Por fim voltou a Judá e disse: "Não a achei; e também disseram os homens daquele lugar: Aqui não esteve prostituta nenhuma prostituta de templo".
Então disse Judá: "Deixa-a ficar com o penhor, para que porventura não caiamos em desprezo; eis que tenho enviado este cabrito; mas tu não a achaste".
E aconteceu que, quase três meses depois, deram aviso a Judá, dizendo: "Tamar, tua nora, adulterou, e eis que está grávida do adultério". Então disse Judá: "Trazei-a para fora para que seja queimada".
E quando estava sendo trazida para fora, ela mandou dizer ao seu sogro: "Estou grávida do homem a quem pertencem estas coisas". E ela disse mais: "Examina, peço-te, a quem pertencem estes: o selo, o cordão, e o cajado".
E reconhecendo-os Judá disse: "Mais justa é ela do que eu, porquanto não a tenho dado a Selá meu filho". E nunca mais teve relações com ela.
Esta passagem bíblica nos revela o costume hebreu do casamento de cunhado. As viúvas eram sempre dadas em casamento ao irmão do marido morto. Este costume tem a finalidade de assegurar a descendência ao falecido. Se não há irmão então deve ser dada ao parente mais próximo. Neste caso Tamar faz apenas o que é justo, sendo Judá, seu sogro, o parente mais próximo, já que ela não tinha sido dada a Selá irmão do seu defunto marido Er. Aqui o homem Judá prostituiu a própria viúva do seu filho. Também nos mostra que as prostitutas de templo saíam para as estradas em busca de clientes. E vimos que os homens daquele tempo já tinham o costume de sair para buscar as prostitutas.
Nos nossos días a prostituição é autorizada, ou pelo menos tolerada em quase todos os países do mundo. È comum também a prostituição de menores. O consumo de drogas é outra coisa que leva á prostituição. O número de mães muito jovens aumenta a cada ano. As temíveis doenças transmitidas através das relações sexuais estão se espalhando pelo mundo em especial no continente africano.
Há por aí muita gente afirmando que a existência da prostituição é um mal necessário. O seu argumento é que isso pode evitar crimes sexuais, em especial o abuso de crianças. Será? A dúvida subsiste, pois nos países onde a prostituição é proibida, os crimes sexuais são raros.
No entanto ninguém pode negar que a profissão do sexo avilta quem a pratica. A prostituta (ou o prostituto) perde a dignidade e o amor próprio.
A grande maioria das mulheres que se prostituem, foi abusada quando era criança por alguém da família. Pelo o pai, padrasto ou irmão. E no inicio da adolescência, são obrigadas a se prostituir por pessoas gananciosas. Tornam-se fonte de dinheiro fácil para familiares e até namorados. Para muitas delas tendo baixa escolaridade e sem ter emprego á vista, só o comércio do sexo é que lhes abre a porta para as maravilhas do consumo, o ideal moderno da felicidade.
Quanto às mais jovens chegam a trocar o corpo por uma quantia de droga ilícita.
É verdade que é nos meios mais carentes que a prostituição é maior. Há bem pouco tempo pôde ler-se nos jornais brasileiros o caso de mulheres e meninas índias que se prostituem a troco de um quilo de farinha.
A mulher pode se justificar dizendo: "Não tenho outra saída! Para dar o sustento aos meus filhos eu sou obrigada a me prostituir".
Esta obra não tem a finalidade de achar os culpados pelas situações miseráveis que levam as mulheres a praticarem a mais antiga profissão do mundo. Apenas pretende mostrar que essa profissão não é o melhor caminho para solucionar os problemas da miséria. A prostituição em si já é uma miséria humana.
Mediante o relato da vida de uma jovem mãe iremos ver que existem outros modos para lutar contra a carência e a pobreza.
Victor Alexandre
Nota do Autor:
Este texto será o prefácio do livro Intitulado: E DEUS AJUDOU MINHA MÃE...