QUE SUSTO, UMA SUCURI NO TANQUE
Lêda Torre
Era época de muita chuva no médio sertão maranhense. Aqui só temos duas estações: uma das chuvas e, a outra das estiagem. E comumente nessa época chuvosa, o rio da cidade enche e transborda e os riachos afluentes também.
Num desses dias chuvosos, aconteceu um fato assustador. Amanhecera ainda muito nublado naquele lugar. Na casa do senhor Gentil , vulgo “Gentilzinho”, dentista da cidade, ao acordarem de manhã cedo, sentiram um odor muito esquisito, e aquele odor viria do tanque bem grande que havia ali no saguão da casa.
Algumas tábuas cobriam o tal tanque, mas uma delas estava fora da tampa. Mesmo com o tempo nublado, dava pra se ver, algo escuro no fundo daquela água. Porém, não fazia nenhum movimento. Cautelosos, pegaram uma vara bem forte e começaram a mexer dentro do tal tanque...e nada, parecia que aquilo mole e escorregadio nem era vivo...mas...conseguiram ver o que era aquilo estranho, quando perceberam que era um filhote de sucuri, comum naquele rio Itapecuru. Que susto o pessoal da casa tiveram quando o vizinho que chamaram pegou a cobra com a vara! Era mais quem gritava! E corriam rumo a porta de entrada daquela residência.
A sorte, era que a “bicha”, mesmo viva, parecia ou doente, ou meio zonza de sono,não sei...levaram-na para fora da casa e mataram-na , atingindo a cabeça do grande réptil, estirando-a por inteiro e medir-lhes o comprimento, que chegara a dois metros. Imaginem só, era apenas um filhote, talvez em busca da mãe!!
A vida tem dessas surpresas, já imaginaram que susto todos que a viram, tomaram¿ isso, era quando nossa reserva florestal que enchia os arredores de Colinas, ainda não era destruído pelos seus próprios moradores. Ali naquela região a floresta era abundante, caça , tinha demais! O rio era bastante caudaloso, mas hoje, por lá dá pena de se ver, quanta destruição!! O rio agoniza e morre cada dia mais!
________São Luis, 16 de agosto de 2010________