A Inauguração do Maracanã

A primeira partida de futebol no Maracanã ocorreu em 16 de junho de 1950 com o confronto entre Paulistas e Cariocas, de jogadores que estavam despontando como craques. E realmente, muitos foram jogadores importantes em seus clubes e nas seleções de seus estados e até na Seleção Brasileira.

Os Paulistas formaram nesse jogo com Osvaldo, Homero e Dema; Djalma Santos, Brandãozinho e Alfredo; Renato, Rubens, Augusto, Ponce de Léon e Brandãozinho II. Ainda jogaram Luizinho, Carbone e Leopoldo.

Os Cariocas jogaram com Ernani, Laerte e Vilson; Mirim, Irani e Sula; Aloísio, Didi, Cilas, Carlyle e Esquerdinha. Ainda atuaram Luiz Borracha, Alcino, Ipojucam, Dimas, Simões e Moacir Bueno.

Dos Paulistas, que venceram a partida por 3 x 1, quase todos ainda novos como Osvaldo, que fora goleiro do Rio Branco de Americana e que o Ypiranga o transformara, na época, num grande goleiro. Também formado pelo C. A. Ypiranga era Homero, muito bom zagueiro central. Tinha o estilo de Mauro Ramos de Oliveira, do São Paulo F. C. Homero foi para o S. C. Corinthians, onde formou com Gilmar, Homero e Olavo; Idário, Goiano e Roberto; Cláudio, Luizinho, Baltazar, Carbone e Mário. Um grande time.

O zagueiro Dema, também formado pelo Ypiranga, era muito bom marcador de pontas. Quando o “Alvinegro da Colina Histórica” vendeu todos os seus jogadores, Dema foi para o Palmeiras e ajudou o Alviverde a ganhar vários títulos. Um dos grandes times em que Dema jogou no Palmeiras era assim: Oberdan, Salvador e Juvenal; Valdemar Fiúme, Luiz Villa e Dema; Nestor, Lima, Montagnóli, Jair e Brandãozinho. Ainda tinha Rodrigues, Tulio, Canhotinho e outros.

Djalma Santos, que era da A. Portuguesa de Desportos, já estava sendo notado como o melhor lateral direito do Brasil. O futuro iria lhe proporcionar grandes conquistas. Jogava na Lusa naquela época com Caxambú, Lorico e Nino; Djalma Santos, Hélio Leito e Hélio Silveira; Renato, Pinga II, Nininho, Pinga I e Simão. Um pouco depois, em 1952 ele jogou no melhor time que a Portuguesa já formou em sua história, com Muca, Djalma santos e Nena; Ceci, Brandãozinho e Noronha; Júlio Botelho, Renato, Nininho, Pinga I e Simão.

Brandãozinho surgiu no Campinas F. C. da Vila Industrial, tendo começado no Velo F. C. clube varzeano também da Vila Industrial, junto com Mário Goiaba, Marinho e e outros bons jogadores da várzea de ouro em Campinas. Do Velo, Brandãozinho foi para o Campinas F. C., onde jogou com Barômetro, Carabina e Jacá; Ferrinho, Brandãozinho e Zinho; Mirinho, Felício, Nininho, Gambeta e Pão Duro. Era o final do glorioso tricolor vilhense. O Campinas F. C. poucos anos depois encerraria suas atividades como Clube de Futebol. Só ficaria a saudade daquele esquadrão de 1935 que formava com Indalécio, Mané e Orlando; Palma, Elegância e Chico Urbano; Von Zubem, Pixe, Perez, Daniel e Carlinhos, com grandes conquistas. E Brandãozinho foi para a Portuguesa Santista, clube que tinha alguns veteranos e várias promessas de bons jogadores, e que ficava constantemente no bloco intermediário de São Paulo. Brandãozinho formou num bom time da Portuguesa Santista daquela época com Ciro, Granbel e Asquarza; Olegário, Brandãozinho e Antero; Geraldo, Otacílio, Rubens, Odilon e Mário Miranda.

Alfredo Ramos começou a ser conhecido no Santos F. C. em 1947, junto com Chiquinho, Artigas e Expedito; Nenê, Dacunto e Alfredo; Odair, Antoninho, Caxambú, Leonaldo e Rubens, um bom time do Santos F. C. Em 1950, Alfredo estava no São Paulo, fazendo parte de um grande elenco onde atuava em várias posições da defesa, onde pontificavam Bauer, Rui e Noronha, mas mesmo assim jogou muito no São Paulo, e vamos encontra-lo num time assim: Mário, Savério e Mauro; Alfredo, Rui e Noronha; Friaça, Ponce de León, Augusto, Leopoldo e Teixeirinha. Em 1951, Alfredo era do Corinthians e jogou com Cabeção, Homero e Alfredo; Idário, Touguinha e Julião; Cláudio, Luizinho, Baltazar, Carbone e Nelsinho. Alfredo ajudou a dar muitas glórias ao Corinthians até 1953, ano em que parou e foi ser técnico em vários times de São Paulo.

A linha atacante dos Paulistas naquele 16 de junho de 1950 era formada por Renato, Rubens, Augusto, Carbone e Brandãozinho II. Renato que jogava na Portuguesa de Desportos junto com Caxambú, Lorico e Nino; Djalma Santos, Manuelão e Hélio; Renato, Pinga II, Nininho, Pinga I e Reginaldo. Em 1952, quando da formação do melhor time d história da Portuguesa de Desportos, Renato era parte importante do quadro rubro verde de Muca, Nena e Noronha; Djalma Santos, Brandãozinho e Ceci; Julinho, Renato, Nininho, Pinga I e Simão.

Rubens era meia direita do Ypiranga, a maior revelação da época que tinha um grande time com Osvaldo, Alberto e Homero; Reinaldo, Bernardo e Belmiro; Liminha, Rubens, Cilas, Bibe e Válter. Rubens foi para a Portuguesa de Desportos, mas não teve muito sucesso e acabou repassado ao C. R. Flamengo do Rio de Janeiro, onde em pouco tempo tornou-se um dos maiores nomes do futebol carioca. Apelidado de Dr. Rubens. Foi campeão carioca de 1953 com Garcia, Leone e Pavão; Jadir, Dequinha e Jordam; Joel, Evaristo, Indio, Rubens e Esquerdinha. Foi Tri-campeão carioca com o rubro negro. Em 1958 vamos encontra-lo no C. R. Vasco da Gama sendo, mais uma vez, campeão carioca com Barbosa, Paulinho e Belini, Écio, Orlando e Coronel; Sabará, Rubens, Delém, Almir e Pinga I. Embora veterano ainda jogava um bom futebol.

O centro avante da Seleção Paulista de Novos era Augusto, revelado em 1950 pelo Jabaquara A. C., de Santos, que formava com Mauro, Maioral e Souza; Léo, Nélson e Feijó; Amaral, Veiguinha, Augusto, Leopoldo e Brandãozinho. Augusto foi para o São Paulo onde jogou grandes partidas. Um dos quadros do São Paulo onde esteve presente foi com Mário, Savério e Mauro; Alfredo, Rui e Noronha; Friaça, Ponce de León, Augusto, Leopoldo e Teixeirinha. Augusto ainda jogou com muito brilho pelo Guarani de Campinas e um dos bons times do Alviverde formava com Dirceu, Nenê e Edmundo; Godê, Santo Antônio e Gamba; Dido, Augusto, Romeu, Piolim e Ismar.

O meia esquerda era Carbone, que o C. A. Juventus foi buscar na rica várzea de São Paulo. Carbone já era famoso nos torneios amadores da Capital paulista. Goleador nato, que não escapou aos olhos do técnico Jim Lopes que o levou para o clube da Moóca. No Juventus jogava com Viana, David e Diogo; Lorena, Pixo e Antunes; Turquinho, Carbone, Milani, Zé Brás e Luiz. Em fins de 1951, o Corinthians foi busca-lo e Carbone não desmentiu sua fama de goleador. Dentre muitos dos quadros alvi negros onde ele atuou vamos citar um com Gilmar, Murilo e Julião; Idário, Goiano e Roberto; Cláudio, Luizinho, Baltazar, Carbone e Mário.

Quanto á ponta esquerda Brandãozinho II jogou no Jabaquara A. C. junto com Augusto, no mesmo time já citado, anteriormente do “Leão do Macuco”. Ai, o Palmeiras, comandado por Gim López foi busca-lo em Santos e, como o ponta esquerda Rodrigues estava contundido, Brandãozinho foi fazer ala com o lendário Jair da Rosa Pinto.

Brandãozinho estava tão bem que Jim Lopes arrumou um lugar para Rodrigues de meia direita, e o Palmeiras jogava assim Oberdan, Turcão e Sarno; Valdemar Fiúme, Luiz Villa e Dema; Nestor, Rodrigues, Montagnolli, Jair e Brandãozinho II.

Assim, procurei descrever um pouco daquela Seleção Paulista de Novos talentos que inaugurou o Maracanã, em 16 de junho de 1950. Em outra oportunidade procurarei descrever a Seleção Carioca que atuou naquele confronto histórico.

Laércio
Enviado por Laércio em 15/08/2010
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