Crônica Curta (6) - Espírito
Livre espírito, corpo cativo.
E na comunhão exata de carne e cristal pela retina dentro, rumo à tarde que se fecha, o homem, encruzilhado de só, sussurra guerra e troa paz.
Vê aí um copo; vê um cigarro e acende a música (samba, se der; ou melhor: samba-canção), porque é a única arte que comunga, em seu deslocamento invisível pelo espaço-tempo (rumo a um sentido ainda sem nome), o que nos é dado ver da noite que obscurece uma estrela bem ali de perto, e que aponta (a noite), lá bem longe, uma composição de estrelas, que unificamos no sentido de Estrela.
Assim, olhos abertos, olhos fechando, vejamos o que não é uma coisa nem outra, o que se toca e se imagina, o que se expressa no vapor: a canção dos astros em gravitação, e a música que rasga do coração a alma, debatida a jongar, no verso, a antecipação do Verbo.
Há coisas que sabemos longe de compreender.
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