Viagem no tempo

O livro "Operação Cavalo de Tróia", de J.J. Benitez, trata de uma sigilosa operação da Nasa. Não que isso seja novidade, afinal, quase todas as operações da Nasa são sigilosas. No entanto, uma que trata de viagens no tempo teria de ser mais secreta ainda. É um tema que há muito tempo fascina a humanidade, desde que o escritor H.G. Hells lançou a sua revolucionária obra "Time Machine", no início do século passado, e que foi transformada em um filme horroroso há alguns anos. Mas nada tira a genialidade da obra do escritor. Tanto que o cientista alemão Albert Einstein, anos depois, atestou a possibilidade de uma viagem temporal, ao defender a sua teoria da relatividade especial, que versa sobre a velocidade da luz. Porém, Einstein exemplificou a possibilidade de uma viagem para o futuro somente, nunca para o passado, por considerar que o tempo é uma linha reta e o passado já se desintegrou.

Assim, só haveria a possibilidade de uma viagem para o futuro. No entanto, o livro de Benitez, que passeia entre ficção e realidade, tal qual Dan Brow faz com o "Código Da Vinci", defende o contrário. Não só existiria a possibilidade de viajar para o passado, como a missão reproduzida no livro, baseada em diários de um major da Força Aérea que participou da empreitada, era de voltar à palestina do ano 30, poucos dias antes de Cristo ser crucificado, descobrindo a verdade histórica a respeito do personagem mais estudado de todos os tempos. Tal viagem teria ocorrida no final dos anos 60, enquanto o mundo estava distraído com a chegada do homem à Lua. Se lhe fosse concedido viajar no tempo, uma única viagem, em que não haveria retorno, para qual época você iria, leitor? Regressaria para o seu passado ou para o seu futuro? Ou descartaria sua própria história e investigaria fatos mundiais? Eu acabaria por dispensar minha passagem, por compreender que o presente é um reflexo do passado e o futuro é construído no agora. E todos temos responsabilidade nisso.