A emoção e o sucesso das duplas avaianas

A EMOÇÃO E O SUCESSO DAS DUPLAS AVAIANAS

(crônica publicada na "Revista do Avaí Futebol Clube" de nº 8)

Saber colocar os jogadores em campo: este parece ser o segredo de um bom treinador de futebol. Descobrir que duplas rendem mais para maior benefício e glória do conjunto, isto é, do time como um todo: esta parece ser a mais importante tarefa de um grande treinador.

As estratégias de jogo e as jogadas ensaiadas são determinadas pelo estilo e característica dos atletas disponíveis, tanto para escalar o time que entra em campo quanto o que aguarda no banco. Aquela história: uma equipe de futebol, hoje, não pode ter apenas 11 titulares, mas 18, 20, 25, sei lá

Outro dia a imprensa informou que o Avaí conta com 51 jogadores no plantel. Desses, a maioria será titular absoluto (lembremo-nos: só 11 titulares é pouco) desde que o técnico encontre a melhor forma de atuar e o companheiro ideal de cada atleta para armar jogadas eficientes e mortíferas.

Qualquer avaiano é capaz de citar nomes que foram vistos com desconfiança e vaiados aos primeiros deslizes mas que, adequadamente aproveitados, tornaram-se jogadores imprescindíveis ao esquema vitorioso da Ressacada. Bastou combinar a dupla correta para explodirem de imediato as qualidades dos dois.

Nisso o Avaí tem apresentado surpresas agradáveis que comprovam a quantidade inesgotável de titulares que possui. A Rafael e Emerson vêm se juntar, na defesa, Gabriel e Émerson Nunes. No meio, Jhonny e Rodrigo Thiesen arrasaram, juntos, no início do Estadual. Na frente, do nada surge uma dupla mortal: Leonardo e Vandinho. De repente, os dois se machucam, ficam fora da Copa do Brasil e das finais do Estadual, mas despontam Davi e Roberto enchendo-nos os olhos. Se Medina e o astro maior Sávio saem por contusão, Caio e Laércio aparecem e o time não sente.

Então, enquanto a metade dos jogadores inicia a disputa do Brasileirão, a outra metade se prepara para o futuro na Copa Santa Catarina - e, aí, Rafael Costa marca um golaço de craque e Fredson, sem jogar há um ano e cinco meses, toma conta do meio-campo e distribui bola como gente muito grande.

O problema de tantos jogadores (todos plenamente substituíveis) se destacando assim no Avaí é a gente começar a pensar no comentário de um torcedor na rádio, logo após a conquista do bi estadual: "Fomos tão superiores ao Joinville que a final não teve graça: faltou emoção ao jogo."

(Amilcar Neves é avaiano e escritor de crônicas, contos e romances, com sete livros publicados)

Amilcar Neves
Enviado por Amilcar Neves em 15/08/2010
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