A VERGONHA NACIONAL
 
O homem público.
 
 
Muito em breve, o povo brasileiro vai assistir contra a sua vontade, a exposição da vergonha nacional nos horários políticos gratuitos na TV. A bem da verdade, será veiculado em toda a mídia nacional. É bom que se diga, pois essa exposição que será obrigatoriamente veiculada na mídia, de gratuita não tem nada, custa milhões de reais aos cofres da nação. Entretanto, dessa vez, eles, os políticos, se apresentarão mais “clean”, pois aqueles que ainda tiverem coragem de se apresentar em público são os que passaram no crivo da “ficha limpa”. Mas ainda temos de ter todos os cuidados, porque alguns e como é praxe dos políticos brasileiros, devem, com certeza, ter ludibriado a lei da ficha limpa. Infelizmente, mesmo com uma folha corrida de dar inveja a bandidos, eles conseguem enganar o povo, se elegendo com a boa-fé dos eleitores, para depois tramarem em palácios as falcatruas corriqueiras.
Lamentavelmente, temos de confessar que, o povo tem uma grande cota de responsabilidade por eleger políticos corruptos. A essa cota de responsabilidade, nós devemos debitar ao baixo grau de escolaridade e de instrução em que, infelizmente, ainda permanece o povo brasileiro. Temos também de considerar o baixo interesse pela coisa pública e a total ignorância pela força democrática do voto. Pois temos observado e é coisa sabida que o povo ainda vende o seu voto. E, usufruindo dessa ignorância cívica, os políticos safados e néscios compram deslavadamente o voto do pobre coitado. Considerando que o povo ainda é totalmente parvo, assim os políticos néscios se elegem conforme a sua capacidade financeira e não conforme a sua capacidade intelectual ou conforme o seu estofo idealístico para com a nação.
Também é verdade que temos homens políticos honestos, entretanto, se trata de uma minoria de pálida expressão, e que é abafada pelos corruptos. Os políticos brasileiros precisam urgentemente imitar valores de políticos como um Tancredo Neves e um Ulisses Guimarães. Esses e mais outros homens íntegros que foram políticos de princípios firmes e elogiosos, foram verdadeiros mártires que sacrificaram as suas vidas pelo bem-estar da nação brasileira. Foram homens que se iniciaram na política nacional pobres e honestos, mas de princípios ricos e que morreram financeiramente pobres, deixando um vácuo desocupado que, ainda hoje, não foi preenchido na política nacional.
Atualmente e infelizmente, nada é mais vergonhoso do que a profissão na política. E esse “status quo” do profissional político brasileiro, denigre em muito o nosso denodo nacional e a nossa integridade como um povo organizado diante das outras nações do mundo. Vejam só o que acontece com os candidatos, pois o Ministério Público Eleitoral fez mais de 2,3 mil pedidos de impugnação de candidaturas em todo o país, o que representa 13% dos políticos que disputam cargos públicos este ano.
Isso é ridículo e vergonhoso, para uma nação que deseja ser reconhecida como honesta pelas nações civilizadas do mundo. Talvez tenha sido por isso que, uma vez, o presidente da França, general Charles de Gaulle, disse que o Brasil não era um país sério. E pasmem ainda, senhores leitores, nesse universo de impugnados, nós temos condenados por improbidade administrativa, escravatura e até por assassinatos. O homem público desonesto neste país é uma espécie mal vista, quando deveria ser uma espécie em extinção. Entretanto e para prejuízo nosso, ele prolifera como peste endêmica. Parece que estamos sendo atacados por uma doença infecciosa que, infelizmente, infesta e se esconde nos escaninhos sagrados das nossas instituições. Rui Barbosa foi um grande brasileiro, político honesto e advogado de grande saber jurídico que, de certa feita, disse o seguinte: “De tanto ver crescer a INJUSTIÇA, de tanto ver agigantar-se o poder nas mãos dos MAUS, o homem chega a RIR-SE da honra, DESANIMAR_SE de justiça e TER VERGONHA de ser honesto”