Foto por Luis C Nelson
 

Não há mal que não acabe nem bem que sempre dure. Assim foi com as duas sessões de provas de mar, que tiveram seu término de forma inesperada, porque  o navio continuou fora das águas singapuranas esperando um espaço no ancoradouro próprio para unidades ainda em trabalhos de construção ou serviços. Desembarquei no meio de uma madrugada quente e escura como o breu, a bordo de um "Mini Supply Boat" com lugar para nem metade das treze almas se sentarem com algum conforto. Acabei estirado no chão, na frustrada e sofrida esperança de que o peso do sono e do cansaço superasse a tortura do barulho e da vibração do piso de metal que me servia de leito. Mal eram surgidos os primeiros sinais de alvor, a embarcação inclinou-se violentamente para bombordo, enquanto um surdo barulho percorria o fundo do lado oposto! Dei por mim observando ansiosamente através da escotilha, no que fui seguido por outros: Não! Não havia água aberta no casco! Ufa e viva! Não iria desta vez molhar os pés e perder computadores, câmeras, etc.!... Como a propulsão de BE ficou nos escolhos, prosseguimos com a de BB a baixa velocidade. Chegamos à grande e moderna estação maritima mais de 10 horas depois da descida da escada de portaló do navio. Arrazado, esperei pacientemente na longa fila da emigração, consolando-me por não estar nos sapatos do pilotaço que levou a embarcação para cima dos baixios.
Luis C Nelson
Enviado por Luis C Nelson em 14/08/2010
Reeditado em 15/08/2010
Código do texto: T2438518