Como se fosse o amanha.
11 de setembro foi um dia de extrema tensão não só nos Estados Unidos como em toda parte do planeta ligada de alguma forma àquele pais. Explico melhor - nessa data, não abri computador pela manha e quando o fiz, inconscientemente fui direto na caixa de postal deixando de lado os jornais para olhar com vagar, e-mail por e-mail justamente no outlook - contradição usar esse meio quando se pode fazer o mesmo on-line.
Horas mais tarde, abandonei o computador com a certeza que as pessoas fizeram o mesmo, pois li em boa parte das correspondências, conteúdo carregado com noticias plenas de sentimentos patrióticos, humor, conflito e, sobretudo, religiosos.
Quando as fichas caíram, percebi o quanto fugi da realidade quando perguntei a meus olhos o porque da insatisfação persistir cinco anos após o incidente. Lembrei que à época, não conseguira redigir uma única linha, pois sentia um clima de conflito no ar horas antes do fato se traduzir com a queda das torres.
Liguei as coisas: ler e-mails no outlook - com certeza, reservei noticias fresquinhas para mais tarde, pois não gostaria corroer a manha refletindo no pior que poderia ter acontecido. A bem dizer, empurrei para debaixo do tapete parte da historia para bem ou mal, viver um dia de cão com enorme diferença: consegui me perdoar voltando para dentro de mim. Afinal de contas, não consigo esquecer de esquecer - talvez um dia, consiga. Ate lá, vivo cada instante como se fosse hoje o amanha.
Manoel - 18/09/06 - 01:46h.