MEU VESTIDO INESQUECÍVEL
A minha roupa inesquecível não foi um vestido. Aliás, vestido, saia, short ou calça comprida, a roupa depende muito do meu astral. Às vezes sinto-me péssima com a melhor roupa, outras vezes sinto -me divina com uma simples camiseta.
Era tarde de domingo, abril, para ser mais precisa dia 23; no ano de 1972. Estávamos eu e a Mara, minha prima, amiga inseparável, a caminho do Maracanã. Íamos assistir a um FLA X FLU. Minha roupa era simples: uma calça Lee um tanto desbotada, pois esta era a moda, e uma camisa do Fluminense.
Nesta época eu tinha um paquera, batíamos longos papos, éramos colegas de clube e só isso. Mas eu estava me apaixonando por ele.
Chamava-se Roberto. Um nome muito sonoro aos meus ouvidos. Na turma era chamado de Borba, seu sobrenome, e por mim simplesmente de Beto.
Beto também era Fluminense e nos encontramos naquela tarde a caminho da parada de ônibus.
-Oi, tudo bem?
-Tudo ótimo, respondi.
-Vocês estio indo para o Maracanã? Se quiserem me acompanhar no lanche, vamos todos juntos.
-Ok.
Dali paramos numa lanchonete e comemos um "Bauru". Eu havia almoçado mas não podia perder a oportunidade de partilhar de sua companhia.
Chegamos ao estádio, sentamos juntos, torcemos juntos e na hora do 1º gol do Fluminense, nos beijamos. Um beijo com duplo sabor de vitória: comemorar o gol e comemorar a conquista daquele que já fazia parte dos meus sonhos.
Outros jogos aconteceram, muitos bailes fomos juntos e um dia o namoro acabou.
Já faz 15 anos que este encontro se deu, mas ainda hoje lembro-me daquela camisa do Fluminense, como a roupa especial, a roupa inesquecível porque ela foi testemunha do começo de uma paixão que deixou marcas gostosas no meu ser.
Hoje constato que mais importante que uma roupa altamente produzida é estar bonita por dentro, é estar pronta para deixar a felicidade acontecer.
Para coluna Meu vestido inesquecível / Revista Manequim, 25-06-87
A minha roupa inesquecível não foi um vestido. Aliás, vestido, saia, short ou calça comprida, a roupa depende muito do meu astral. Às vezes sinto-me péssima com a melhor roupa, outras vezes sinto -me divina com uma simples camiseta.
Era tarde de domingo, abril, para ser mais precisa dia 23; no ano de 1972. Estávamos eu e a Mara, minha prima, amiga inseparável, a caminho do Maracanã. Íamos assistir a um FLA X FLU. Minha roupa era simples: uma calça Lee um tanto desbotada, pois esta era a moda, e uma camisa do Fluminense.
Nesta época eu tinha um paquera, batíamos longos papos, éramos colegas de clube e só isso. Mas eu estava me apaixonando por ele.
Chamava-se Roberto. Um nome muito sonoro aos meus ouvidos. Na turma era chamado de Borba, seu sobrenome, e por mim simplesmente de Beto.
Beto também era Fluminense e nos encontramos naquela tarde a caminho da parada de ônibus.
-Oi, tudo bem?
-Tudo ótimo, respondi.
-Vocês estio indo para o Maracanã? Se quiserem me acompanhar no lanche, vamos todos juntos.
-Ok.
Dali paramos numa lanchonete e comemos um "Bauru". Eu havia almoçado mas não podia perder a oportunidade de partilhar de sua companhia.
Chegamos ao estádio, sentamos juntos, torcemos juntos e na hora do 1º gol do Fluminense, nos beijamos. Um beijo com duplo sabor de vitória: comemorar o gol e comemorar a conquista daquele que já fazia parte dos meus sonhos.
Outros jogos aconteceram, muitos bailes fomos juntos e um dia o namoro acabou.
Já faz 15 anos que este encontro se deu, mas ainda hoje lembro-me daquela camisa do Fluminense, como a roupa especial, a roupa inesquecível porque ela foi testemunha do começo de uma paixão que deixou marcas gostosas no meu ser.
Hoje constato que mais importante que uma roupa altamente produzida é estar bonita por dentro, é estar pronta para deixar a felicidade acontecer.
Para coluna Meu vestido inesquecível / Revista Manequim, 25-06-87