O L.amento S.onoro

Um pensamento cruza os meus olhos, fato esse faz com que eu sinta uma melancolia e isso ocorre apenas dentro de alguns segundos, meu sorriso some, um pouco da minha vida se extingui, o silêncio é estabelecido no meio da agitação, os ponteiros do relógio que ainda batiam param, ouço meu coração batendo e a minha artéria da jugular pulsa sem razão e sem escrúpulos, consigo me sentir. Nesse momento o silêncio que me tomou é tamanho que consigo ouvir os sons que são emitidos pelos pensamentos das pessoas que estão ao meu redor, sinto- me triste, isso é algo que beira o desconforto. Uma música está nesse momento norteando a minha vida, como um mapa astrológico ou algo que dê a mim um sentido no futuro, as cartas são jogadas aos meus pés, mas uma música norteia minha vida, ela parece ser uma canção mal escrita, é aquela composição que não se encaixa de rimas fracas e obsoletas. Esse momento me faz pensar em algo que deprime, talvez se eu parasse de pensar surgiria uma expectativa diferente, entretanto tenho uma questão maior, porque atuo neste palco com medo? Por que subo todos os dias com pavor de que algo aconteça e esse algo é algo que eu desconheço ou não quero reconhecer, Por que considero sujo o que me faz feliz, Por que é difícil lutar contra si, Por que me considero sujo e não consigo me limpar e livrar-me desse cheiro, eu me afasto. Busco sempre o algo de fora e isso é aquela droga de que eu me enojo e me faz tão bem, ela tem os mesmos efeitos da heroína é algo que me faz mal, contudo já não consigo me desfazer ela tornou uma parte contra a qual eu luto, não consigo ela me possuiu sem eu perceber, apenas com seu charme e olhar que era de doçura e desprezo fez que eu caísse em seus desejos. Meus desejos que ardem, tenho uma grande necessidade de puxar o seu cabelo e morder algum dos seus lábios, me sinto sujo e apaixono-me, afasto-me. Depois de essa simples emoção distorço os pensamentos e ações enganosas e os relacionamentos, não aceito o que eu quero, não aceito o que eu sou, desprezo-me, sou sujo e possuído, meu medo está me corroendo de tempos e tempos mesmo com o ponteiro parado, estou a segundos de sumir. Por que não me livro de algo tão simples, Por que o errado para mim é tão certo e isso é que se torna tão complicado, Por que a vida é intolerante e dolorosa, Por que os piores sentimentos me viciam, Porque me afogo em magoas, Por que atuo com medo. Porque na sujeira me sinto tão bem e mal, eu me afasto. Eu vejo o que eu não quero ver, eu sou o que eu não quero ser, eu existo por algo ou por acaso. Aquele pensamento meu corroeu durante 15 dias, ninguém me ouvia enquanto eu estava deitado, 15 dias se passaram após uma speedball e vocês me encontram deitado no chão e fez com que todos entendessem, pelo meu cheiro podre, a essência do meu ser. Agora me liberto, quero te enxergar onde estou e irei morder seu lábio e sentir seus cabelos. Talvez agora não esteja sujo e assim consigo te enxergar, Talvez agora minha voz não rasgue, Talvez agora componha canções de amor e não sobre o que vem e o que foi, Talvez não me sinta sujo pelos os meus pensamentos, I stay way de mim tenho medo do amanhã e amarguro pelo ontem. Continuo possuído pela sujeira, Continuo lutando contra mim, Continuo pensando e ouvindo pensamentos que me fizeram chegar nessa melancolia, continuo sofrendo comigo é o que eu quero não consigo e que eu desejo não tenho, mas continuo lutando contra algo maior do que eu que é aquele no espelho. Eu me afasto e pego meu chapéu bato a poeira para viver com medo, medo do desconhecido medo de mim.Medo das aparências.

Gilmar Elric
Enviado por Gilmar Elric em 12/08/2010
Reeditado em 22/08/2010
Código do texto: T2433773
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