Ela nasceu assim...


          
Era madrugada e eu sozinha... De repente senti-me acometida de estranhas sensações. Dores e incógnitos pensamentos começaram a se apossar de mim. Por um momento temi. Mas durou só um momento o meu temor.

Senti que a qualquer momento ela iria nascer... Sim, finalmente iria nascer! Finalmente viria à luz! O temor deu lugar ao êxtase!

Eu sabia, mais que ninguém, que ela sairia de mim, para mim. Seria minha companheira. A minha doce e meiga companheira!

As dores continuaram profundas e cruciantes.

Por um momento assaltou-me novamente o medo. O medo de que ela morresse dentro de mim sem que o mundo pudesse conhecê-la.

Lágrimas de aflição começaram a banhar-me a face até que a fé se apoderou de mim! Então acreditei firmemente em seu nascimento glorioso! E, com todas as minhas forças, pedi a Deus que me ajudasse a trazê-la ao mundo.

E Deus ouviu minha voz! E ela nasceu!!!

Não foi preciso auxílio de ninguém. Nasceu sozinha e cheia de vida! Preencheu todos os vazios de minha alma, sendo na sua essência pura e divinal, a minha comunicação com Deus.

Saiu de mim para continuar em mim. E, lentamente, muitas vezes frágil, muitas vezes arrojada, vai desafiando o mundo com sua palavra.

Sinto que em breve dará novo sentido de viver para milhões de pessoas, pois foi gerada por um raio de luz e abençoada pelo Senhor!

Ela é pura alegria! É minha doce POESIA!!!




    Do Livro: "Denúncias Poéticas, Contos e Crônicas" - Pág. 37