BALAIO, MEU BEM, BALAIO SINHÁ...

Fui procurar um cesto, desses para ficar no banheiro, destinado à roupa suja. O daqui está velho, pedindo pra ser substituído. Quando o comprei era fácil, havia lojas especializadas e até em postos de gasolina nas estradas encontrávamos milhões de coisas em vime, desde poltronas, sofás, mesas, cestos de tamanhos e formatos variados, até cestinhas de pão. Nos dias de hoje não é tão simples assim.

Andei pela cidade e só encontrei esses produtos em duas lojas. Na primeira havia pouca variedade e os cestos eram pequenos. Na outra, difícil escolher. Muitos pintados de branco ou azul, de bom gosto, todos com a tampa estofada em plástico colorido: vermelho, amarelo, verde, azulão. A maioria, porém, em forma de baú, retinhos ou gordinhos. E como eu tinha ido com a ideia do modelo tradicional, fiquei na dúvida. Na verdade, eles servem não só para roupas limpas ou sujas. Podem ser usados para guardar brinquedos, como já tive em outros tempos; para caixas com sapatos, já que são ventilados e até mesmo para esconder cacarecos... Por que será que bugigangas proliferam feito mato numa casa?...

Não comprei ainda. Voltei e fiquei olhando o antigo no banheiro. Meio sem vida, furadinho dos lados, tive a impressão de que ele piscou pra mim, como que dizendo pode me tirar daqui, já cansei de ficar vinte anos nesse cantinho. Agora quero ir lá pra fora, guardar plásticos e papéis que serão levados para reciclar...