Piegas, somente.

Querido, é bom alertar-lhe, estou bêbada. Bêbada e na busca de inspiração em qualquer clichê vagabundo. Preciso falar para dá contorno ao que em mim parece está solto... mas, nada se encaixa! Tomarei mais um banho e voltarei aqui para falar, talvez, sobre piegas da vida...

Estou de volta, talvez um pouco mais lúcida que antes, o que pode não ser bom. Uma vez lúcidos quanto à realidade, perdemos a lucidez que realmente importa: a lucidez da alma. Não, não, sente-se aí. Não se atreva a me deixar sozinha nessa noite fria de outono. Engraçado, é outono. É sempre no outono que essas coisas ocorrem.

Tem certas coisas que não se precisa dizer não, boy, porque todo mundo vê, estar nas estrelas, nos astros, meu bem. Do que estou falando? Você não consegue adivinhar? Não? Não consegue porque está nela, querido. Você faz parte do movimento da vida, que por opção, que isso fique bem claro, eu não participo. Feito roda-gigante, sabe? Todo mundo dentro, e eu aqui.

Não, não, não reclamo, não. Porque eu que optei por sair dessa roda patética em que uns são obrigados a se definirem em relação aos outros. Eu não, meu bem, eu sou quem eu quero ser, e mesmo com todas as mazelas que me perseguem, sou feliz, sou feliz sim, sou feliz assim. Muito mais do que essas pessoas que mais parecem marionetes, sabe? É, aqueles bonequinhos ridículos, que fica alguém em cima controlando-os. Pois é.

O que? Que, que tem o outono? O que sempre ocorre no outono? Isso não importa. Você não entenderia, mesmo. E sabe por que você não entenderia meu bem? Porque você está na roda. Essa roda maldita, que às vezes morro de vontade de participar, assumo. Mas, quando me lembro que pra isso eu seria obrigada a abrir mão de tudo que conquistei, minha vontade pula de cima da roda, antes mesmo que eu possa entrar nela e atirar a mim mesmo, e sem a ajuda de ninguém. Por que eu faria isso? Você faz parte da roda mesmo, hein boy? Faria porque tenho amor próprio, porque aprendi que, na maioria das vezes que eles dizem pra não olhar pro lado, é porque lá tem a verdade, tem o que importa, tem o que pode fazer a gente feliz. Porque quando eles dizem que você não pode, no fundo foi só mais uma maneira de gritarem que podemos sim. E porque quem participa da roda, está condicionado a obedecer. E se tem algo que me descontrola é essa tal de "obediência". Agora, dá licença meu bem, estou com dor de cabeça e preciso dormir. Talvez, outro dia, eu volte para falar um pouco mais da roda...

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