CAPÍTULO VII - Diário Poético-Sentimental de Uma Greve: Curiosidades, Emoções e Poesia na Greve do Judiciário Trabalhista Mineiro

VII

Quem construiu a Tebas de sete portas?

Nos livros estão nomes de reis.

Arrastaram eles os blocos de pedra?

E a Babilônia várias vezes destruída –

Quem a reconstruiu tantas vezes? Em que casas

Da Lima dourada moravam os construtores?

Para onde foram os pedreiros, na noite em que

a Muralha da China ficou pronta?

A grande Roma está cheia de arcos do triunfo

Quem os ergueu? Sobre quem

Triunfaram os Césares? A decantada Bizâncio

Tinha somente palácios para os seus habitantes? Mesmo

na lendária Atlântida

Os que se afogavam gritaram por seus escravos

Na noite em que o mar a tragou.

O jovem Alexandre conquistou a Índia.

Sozinho?

César bateu os gauleses.

Não levava sequer um cozinheiro?

Filipe da Espanha chorou quando sua Armada

Naufragou. Ninguém mais chorou?

Frederico II venceu a Guerra dos Sete Anos.

Quem venceu além dele?

Cada página uma vitória.

Quem cozinhava o banquete?

A cada dez anos um grande Homem.

Quem pagava a conta?

Tantas histórias.

Tantas questões.

(Bertolt Brecht)

O ato do dia 13 – segundo dia de greve dos servidores do Poder Judiciário Federal - ocorreu junto ao prédio do TRT, na Rua Mato Grosso, e contou com a participação de 480 trabalhadores.

O fato marcante desse dia se deu quando a servidora Margareth, solicitou o microfone e apresentou importante questionamento aos governantes:

- O governo diz que está emprestando dinheiro para a Grécia, o Haiti e outros países, e alega não ter dinheiro para pagar a nós, servidores. O que está por trás disso? Se não tem dinheiro para pagar o salário do servidor, então não deve ter também para emprestar para fora.

Ao final ela deixou o seguinte apelo:

- Conscientizem-se cada um em sua vara, pois (a greve e o nosso plano de cargos) é uma questão de justiça.

Luís Antônio Matias Soares
Enviado por Luís Antônio Matias Soares em 11/08/2010
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