A INSISTÊNCIA COM A VIOLÊNCIA
A INSISTÊNCIA COM A VIOLÊNCIA
“Recorda que é preciso semear o bem por dentro de nós e por fora de nós, onde estivermos de vez que, nessas diretrizes, o bem se nos fará alegria e paz, coragem e esperança nas áreas de cada hora”. (Chico Xavier)
Até os nossos telejornais se transformaram em programas policiais. Será que a sina do brasileiro está imantada na prática da violência? Já não queremos tocar na mesma tecla, mas não conseguimos. Estatísticas mostram que em países do primeiro mundo a criminalidade é baixíssima, no Japão, por exemplo, o crime é raro, um por ano. Ah! Se a paz tão esperada fosse o ponto forte da nossa nação.
Aqui a violência instalou moradia e não quer nos abandonar. “Um dia, todas as trevas serão dissipadas, todas as prisões serão abertas, todos os andrajos serão varridos para fora do mundo e todos os gemidos cessarão”. Achamos que sonhamos e não tomamos ciência. Visto que o enunciado acima nos remonta para um céu onde todos nós ansiamos para viver com tranquilidade, onde o amor e o perdão fossem exclusividade.
É grande o percentual de jovens no mundo marginal do crime, das drogas, do tráfico, dos assaltos, dos sequestros, da prostituição e das mazelas das ruas. Uma triste psicosfera nos toma de assalto levando-nos a ansiedade, ao medo, ao pânico e a cuidados especiais. O Brasil está doente e a enfermidade é grave. O que fazer? Sabemos que o vírus da violência é rápido e destruidor não escolhendo cor, classe social e nem religião.
O pior de tudo é que nossos governantes sabem onde está à ponta do iceberg, se fazem de inocentes e cegos para melhor passar. Quais as promessas de políticos em época de eleições? As mesmas que não saem do papel. My God, ninguém se elevará para ti, humilhando ou perturbando, no campo infeliz da discórdia e da crueldade, ainda mesmo que o nome do Senhor lhes marque a visitação e lhes cintile na boca. As injustiças, as incertezas, a miséria, a fome, o desemprego fazem o teatro de operações do país que traz em sua bandeira, uma linda frase: ”Ordem e Progresso”.
O dever cívico praticado nas escolas, repartições públicas no passado foi esquecido no presente, mas esperamos revivê-los no futuro. Sem civismo e patriotismo jamais venceremos a violência. Parece até que a preguiça corporal e mental tomou conta da maioria dos brasileiros. Tudo no linguajar tupiniquim é frescura. Entoar os hinos é bobagem para muitos. Aprender suas letras nem pensar. Preferem as barulhentas músicas de língua estrangeira em detrimento das músicas clássicas brasileiras. Tudo mudou, mas a jovialidade estagnou no tempo e no espaço. Quem quer servir as Forças Armadas?
A Educação física básica nos colégios? Nascem e se amontoam os atestados médicos para não praticarem a saudável atividade para o corpo, enquanto nos finais de semana, nas baladas, nas boites se empanturram de álcool, cigarro e drogas. Será que os pais sabem onde estão seus filhos? Somos servos privilegiados com valioso empréstimo de dons sublimes. Abstenhamo-nos, desse modo, da perda de tempo e ataquemos a tarefa que nos compete atender, aliás, não queremos nadica de nada.
Vemos com certa tristeza o desfile descomunal de bandeiras com publicidades de pretensos a candidatos a um cargo político, nas ruas e avenidas. Infelizmente é a “profissão” que todos almejam. Porque nossos políticos são alérgicos a “Trindade Social”? Menosprezam a saúde, a educação e a segurança. Planejamentos estratégicos, táticos ou operacionais só em benefício próprio. O pior de tudo são as volumosas quantias gastas nas campanhas políticas isentas de fiscalização.
Precisamos deixar de reclamar e agir mais. Devemos por cima de pau e pedra procurar nossos direitos que estão inseridos na Carta Magna, a Constituição Brasileira. O artigo quinto nos dá poder, mas jamais saboreamos as benesses, pois as verbas em percentual gigantesco têm como viés bolsos, pastas e meias de políticos corruptos. A corrupção está associada ao crime organizado, a lavagem de dinheiro, ao tráfico de drogas e a outras mazelas deletérias que fazem o écran brasileiro.
A Câmara e o Senado Federal estão necessitados (as) de uma desratização geral, bem como as Câmaras de Vereadores e as Assembleias Legislativas. Os bons políticos são sumariamente tragados pelos maus. Nossas manhãs de cores indecisas, quando neblina preguiçosamente, através a poalha aquosa. Ficamos a ver imprecisas ondulações da formosa “Fortaleza Bela”, e viridante, mas nos entristecemos quando a capital arqueja no atolamento do lixo e dos buracos astronômicos, além da falta do saneamento básico.
Poalha é a poeira leve em suspensão no ar; polilha, enquanto, viridente ou viridante é tudo que verdeja, verdejante, verde, próspero, fluorescente, magnífico. Um triste fato que presenciamos todos os dias, o dia todo é o aumento exagerado de pedintes e flanelinhas nas ruas e avenidas da nossa capital. Meninas prostituídas, crianças raquíticas e sujas estirando as mãos a cata de dinheiro faz pena e dó.
Enquanto a mídia fatura bilhões com propagandas do governo, crianças morrem de fome e desnutrição nesse país sem controle, o pior de tudo é não vislumbrarmos nos candidatos que estão disputando a presidência da República, competência e liderança. Nunca ouviram ou escutaram a palavra líder ou liderança. Aqui não se faz política, a prática usual é a politicagem.
Meu Brasil, nós te vemos desde quando abrimos os olhos à luz! Sempre, sempre nos fascinando com seu nevado capuz! Como nós gostávamos de participar das nossas atividades de outrora, forte, fecundo é belo Brasil. Hoje nós te vemos entregue ao descaso de assistencialistas e de brasileiros sedentos do vil metal dos impostos que pagamos.
Se no Brasil existisse pena de morte para corruptos estariam todos sumariamente condenados como acontece na grande China.
Não é esse rol miserável que desejamos para a pátria amada. Queríamos vê-la viçosa, com seu símbolo maior tremulando em todos os lugares, que todos os brasileiros pudessem sorrir de felicidades, que tivessem o direito de ir e vir.
Que nos estádios de futebol todos educadamente assistissem a uma refrega de futebol, que o crack fosse extinto, a maconha abolida, a cocaína não fizesse morada na terrinha nem patrocinasse grandes festas de entretenimento. Que os menos aquinhoados tivessem seu emprego, sua moradia, as crianças sorrindo em salas de aula, que as ruas fossem ornamentadas com flores e árvores frondosas, que as calçadas nas fossem transformadas em comércio de vendas do álcool maldito e destruidor, aliás, queríamos um povo brasileiro feliz.
Seria pedir muito? Que não existisse discriminação racial, que acabassem cotas para negros nas universidades, que os nordestinos não sofressem as agruras discriminatórias de uma grande parte dos brasileiros que residem no Sul e Sudeste. Que a peste que assola nosso Brasil amado fosse exterminada por um remédio forte e valoroso. O respeito mútuo e a ética. Pense nisso!
ANTONIO PAIVA RODRIGUES- MEMBRO DA ACI- DA ALOMERCE- DA UBT – DA AOUVIRCE E DA AVESP