O poder do Papel

Está semana vi um crime se descortinar ao meu redor. Difícil assistir o sofrimento de pessoas queridas, mediante uma perda cruel.

Mas não quero me apegar à perda e sim às consequências. Os bandidos que cometeram o crime foram presos. Que alivio!, pensei. Contudo, as coisas não funcionam conforme achamos que seria o correto, e sim conforme está escrito. Não houve flagrante, os criminosos estão soltos. O alívio então vira medo, a sensação de justiça se torna certeza de impunidade.

Eu não sei quem foram os redatores do Código Penal Brasileiro. A única coisa que sei é que, certamente, naquela época, as barbáries que hoje se vêem eram raras. Agora, corriqueiras. Vejo, então, que o papel tem mais valor do que a consciência e senso comum. Somos reféns da falha lei brasileira, somos reféns das pessoas que se enveredam por suas brechas, somos reféns dos papéis.

Revisado e corrigiso por: Liziane Bitencourt Rodrigues