MALINHA CHEIA

Ao ler a bonita crônica “Envelhecendo”, de Lenapena, fiquei pensando na vida. E lembrei que tive uma amiga – diretora da primeira escola em que trabalhei, que prometia dar as ‘jóias da coroa’ a suas futuras noras. As ‘jóias’ eram seus filhos e a ‘coroa’ era ela. Não casei com nenhum de seus filhos, nem convivi assim tanto tempo com ela. Entretanto, nunca me esqueci disto, talvez pelo efeito da expressão. Que os filhos são nossas jóias, todo mundo sabe. E que um dia nos tornaremos/tornamos coroas, provavelmente também é certo. O fato é que desde que me vi coroa, passei a perceber outras ‘jóias’. De como a fase madura também pode ter seus encantos. É justamente nesta fase que a mulher finalmente tem mais tempo disponível para ela mesma.

Preocupar-se com o corpo que mudou, com a pele e os cabelos que já não são os mesmos não leva a nada. Ou pode levar a amarguras. Eu penso no passado, sim, mas naquilo tudo que vivi e que fez de mim o que sou agora. É a chamada bagagem que carregamos ao longo da vida.

De ‘malinha cheia’, sigo vivendo. E aprendendo...