SUPERIORIDADE HUMANA

A ciência sempre nos definiu como animais, mas como animais “pensantes”, porém, me pergunto: animais que pensam em que? Se essa é nossa definição, logo tiro para mim que os outros animais não são capazes de raciocínio, coisa que, segundo a ciência, é a mais pura verdade. Nenhum dos outros animais, além do homem, consegue entender o porquê faz o que faz, pois eles apenas vivem para proliferar sua espécie e repassar seus genes para uma geração futura, sem importar se os genes são bons ou ruins. Isso é a “natureza” deles. Porém, se assim se define um animal irracional, o que temos de diferente quanto a isso?

Se for perguntado a alguém, mais especificamente para um adolescente, o porquê ele faz o que faz, ou seja, por que vive, por que sonha, ou por que busca algo maior, ou então, ainda, por que ele caminha, talvez suas respostas fizessem menção ao luxo que se pode adquirir, ao conforto, ou então, simplesmente, ele pode dizer que é para ser alguém maior e melhor do que aqueles que estão à sua volta. E refletindo sobre isso, o animal não sabe o motivo pelo qual vive, mas sabe que tem um motivo e age por ele, porém nós, humanos, sequer somos capazes de explicar, mesmo com a razão que “inventamos” e embutimos em nós, e para piorar, perdemos o motivo natural (instinto) de estar vivo, pois passamos a confundi-lo com muitas outras razões desnecessárias à sobrevivência. Isso é ser superior? Vale a pena viver apenas por viver?

A verdade é que somos muito inferiores, e não podemos, sequer, ser classificados como mamíferos, já que temos uma característica única e que é compartilhada com uma família, os vírus. E somos, também, os únicos seres deste planeta que destroem o ambiente em que vivem. E o engraçado é que isso sequer pode ser dito para o bem da espécie, e neste caso, nem como vírus podemos ser considerados. Na realidade, somos o que nós mesmos definimos como “praga”, uma peste presente neste mundo, e que só trás a destruição. Matamos e destruímos por motivos egoístas e fúteis, sempre pisando em nossos “irmãos” como se não fossem nada. E é ridículo pensar que a definição de humano é “bondoso, benevolente, misericordioso, humanitário”. Nós causamos todos os tipos de mau uns aos outros, e nem sabemos o motivo. Um pedófilo faz o que faz e diz não entender o porquê disso. Poderia ser chamado de animal mas, honestamente, seria uma ofensa aos animais.

Tudo isso vem da nossa “superioridade”, da nossa suposta razão. Mas, na verdade, nem somos capazes de responder às perguntas mais simples. Então, o que fizemos foi riscar todos nossos motivos de resposta. Enfim, no que pensamos, se perguntas tão básicas não são capazes de obter respostas? Quem sabe nem valha a pena procurar respostas para algo assim, pois, se alguém for capaz de responder, verá que os motivos são muito fúteis, isso porque não interessa o quão longe você vá, não interessa o quanto você ganhe ou o quanto caminhe. Tudo tem um fim. Nós não somos nada na face desse universo infinito, e uma hora ou outra a procura pela resposta será esquecida, assim como a pergunta.