Sobre a sugestão de ter de viver
Concordo, de verdade. O problema é a falta de algum tipo de manual de instruções, ou algum curso ministrando as bases teóricas e práticas dessa arte. Não me arriscaria lá fora sem um guia de como me portar nas mais diversas situações, como por exemplo, ao fazer amigos ou manter um relacionamento ( este último, com certeza merece um guia, talvez uma edição de colecionador ). Ignorando tal falta de preparo prévio e adotando a inteligentíssima teoria “quem não arrisca, não petisca”, é possível se deixar levar, à deriva, pelas ondas da vida, sem preocupações a respeito de futuro ou passado, sem questionamentos sobre como as coisas acontecem, e principalmente, por que acontecem. O porque é uma tentativa falha de tentar explicar tudo sobre tudo, sendo uma pergunta extremamente inteligente e ao mesmo tempo, extremamente sem noção.
Conselhos, que muitos consideram um ótimo negócio, sendo um produto de fácil comercialização e demanda, são na verdade, dicas a respeito da grande questão que é a vida. Metaforizando, seria uma fórmula para aquele problema matemático que você não vê o por que de existir. Não entrarei na questão da existência, é algo vago pra caramba, como posso questionar o propósito de alguma coisa existir, se eu nem ao menos tenho certeza de que eu, de fato, existo. Não pense nisso, é a mesma história do porque, bobeira filosófica.
Finalizando com os conselhos, não pensem, questionem ou tentem entender o processo de viver, o truque é fechar os olhos e pular. Sem olhar para baixo, nem ao menos conferir se está mesmo com o paraquedas. Lembrando que é uma metáfora, sempre confirme o paraquedas. Ou melhor, não aceite conselhos, sério.