MÚSICA LENTA

Sentado no meu carro ouvindo um som com todos os novos recursos tecnológicos, eis que me surge uma " música lenta". Bem, esse termo só é bem reconhecido pra quem tem mais de 35 anos com certeza. Lembrei-me com detalhes de como nas festinhas juvenis dançavamos nós, os então adolescentes dos anos 70 e 80. Músicas que no meio da festa para o final, interrompiam o calor dos hits Disco, para dançarmos ao som daquela música que falava de amor, bem a maioria era em inglês, e para nós era sempre de amor com certeza.

Primeiro ocorria o ritual sagrado e temido de convidar as meninas, para dançar e para quebrar o gelo, um sorriso, a mão estendida como quem convida e pede. Um sim, um não... bem muitos nãos, pois as meninas eram exigentes.

A gente tremia diante daquela menina especial. Se ela aceitasse nosso convite era meio caminho andado para um flerte, vou escrever novamente essa palavra, flerte..., sim, nós faziamos isso.

Segurando-as com carinho íamos orgulhosos ao centro da pista, seja ela de que tamanho fosse. Mãos na cintura pra começar, aproximação máxima, um leve sussuro ao ouvido, rostos colados, em camêra super lenta, dois pra lá, dois pra cá. Não importavamos muito com a performance na dança, mais na dança do casal que ali interagia por completo. Carícias leves, quadris colados e se fosse possível aquele beijo de perder o fôlego.

Eu vivi esse tempo, antes de mim houve um outro, e hoje é outro tempo, nem pior, nem melhor, apenas um tempo com hábitos e costumes diferentes, mas eu dancei "música lenta" e ela toca na minha vida até hoje.