Três letras

A conta sempre foi de subtração, metade dos galhos de uma árvore e o esquecimento do famoso domingo no calendário. O tio ganhava o chaveirinho do colégio e a mãe o substantivo composto. Ele, quase sempre a velha recordação da menina que se escondia atrás do sofá.

Sem dramas, sem faltas... Todos aprendemos a substituir espaços, especialmente tendo-os desde o princípio.

Dos raros encontros e invariáveis ligações, qual o vínculo nos amarraria além do nome? Qual o valor de um "eu te amo" em voz embriagada de quem tão pouco lhe conhece?

A surpresa é que fissuras abrem-se mesmo quando já parece tarde. Na mulher, coube o espaço da menina em desabafo. No reencontro, só possível por um luto, a estranha sensação dos olhos que reconheciam nos traços pouco vistos e já tão mudados, o dono da palavra quase não dita - Pai.

- Difícil a pronúncia por quem não vê a representação deste papel, mas não sobram mágoas, já deve levar o peso de suas escolhas. Se na árvore já emendo partes perdidas, nela tem o seu espaço.

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Raiana Reis
Enviado por Raiana Reis em 08/08/2010
Código do texto: T2425474
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