Ah, esses pais...
- É isso mesmo, pai... você se julga o dono da verdade! O intocável! O bom! É o sabe tudo! Só sabe dar ordens! Faça isso... faça aquilo... não faça isso... não faça aquilo... e blá... blá... blá... Será que não dá pra dialogar um pouco? Ó, se quer saber, não suporto mais seus discursos... estou de saco cheio... de saco cheio, entendeu?
- Menino, cale a boca. Não permito que fale assim comigo. Mal saiu das fraldas e já querendo discutir comigo? Você não sabe nada. Onde já se viu querer levantar a voz pra mim assim? Já pro seu quarto. Tá de castigo.
Imagina só um pirralho falando assim comigo? Era só o que me faltava... Ah, se fosse meu pai... era abrir a boca e recebia um bofetão na hora. Se eu não fosse um pai compreensível não sei não... não sei não...
Ah, esses pais...
Do Livro: "Denúncias Poéticas, Contos e Crônicas" - Pág. 7