Fome a quem tem fome

Em campanha eleitoral recente, um vereador de uma cidade conhecida decidiu juntar-se à elite da cidade e apoiar um candidato ao governo do estado que tinha ligações com o município.

O experiente político que pleiteava o cargo tinha na bagagem muitas obras públicas realizadas ao longo de sua carreira. Era, realmente, um nome de expressão.

Consta que no dia do comício o vereador subiu no palanque para manifestar o seu apoio ao candidato. Após todas as falas, finalmente deram a palavra a nosso ilustre personagem.

Decidido, ele pediu o voto aos cidadãos presentes:

- Meu povo, este é o fulano, um trator em fazer obras. Peço a todos que votem nele. Ele vai dar sede a quem tem sede. Vai dar fome a quem tem fome.

No calor daquela hora – o público aguardava, ansioso, a apresentação do grupo musical – poucas pessoas perceberam a gafe do vereador.

Mineirice

As duas histórias são contadas por Carlos Augusto Manhanelli em seu livro “Marketing Político – Estratégias Eleitorais”.

Na campanha governamental em Minas Gerais, o candidato Tancredo Neves perdeu as eleições para o piauiense Francelino Pereira.

Uma repórter procurou o candidato derrotado para uma entrevista e fez a seguinte pergunta:

- Dr. Tancredo, como o senhor entende a política mineira?

E o Dr. Tancredo, com toda a sua mineirice, respondeu:

- Minha filha, em um estado em que o juiz é de fora, o mar é de Espanha, o ouro é preto e o governador piauiense, você quer entender o quê!

A região

Na cidade de Capitão Leônidas Marques, próxima a Cascavel, no Paraná, foi eleito o prefeito João Libório, caboclo simples, humilde, que pela primeira vez se tornava alguém na vida. Foi programado, por sua assessoria, dias após sua posse, uma visita oficial ao governador do Estado.

Chegando ao Palácio do governo, foi rapidamente atendido e encaminhado ao gabinete do governador.

Conversa vai, conversa vem, o governador pergunta ao prefeito:

- João Libório, me diga. Como é que está a sua zona?

O prefeito coçou a cabeça e respondeu:

- Olha governador, a zona lá já foi boa, agora só tem umas três ou quatro prostitutas.

Juliano Rossi
Enviado por Juliano Rossi em 17/09/2006
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