“Terra de Cruz”
Porque prezamos tanto ser protegidos? Porque não em vez de protegermos, não protegemos alguém? Seria um momento em que não pensaríamos em nos mesmos, e sim, em alguém! Tanta gente neste mundo tem carência; carência de afeto, de paz, acalento na alma, que outra dor seria maior que a nossa dor? Todos os dias buscam uma zona de conforto, muitos a buscam sem pensar no outro, sem olhar a sua volta, num mundo onde a mídia expõe a dor de tanta gente, tanto irmão de sangue, a todo o momento se mostra a desgraça nas cidades grandes, aeroportos, estradas, nos rios, em famílias, porque o mundo esta tão violento? Será que o Homem deixou de ser Homem? Para ser a outra face, antônimo de si próprio? Seria o ego? Arrogância falando mais que o verdadeiro amor? O pensar em si mesmo!
Se todos desejarmos a nossos irmãos o que desejas a si próprio, não teria tanto sangue derramado na terra, muitos inocentes não chorariam seus pais, seus filhos, esposas, e amigos. Não seria necessário tanta cruz fincada na terra! Recuso-me em abrir meus olhos diante de tanta dor, de tamanha desgraça, por outro lado, não os posso deixar fechados, preciso ver o chão que vou pisar e conduzir meus filhos, meus irmãos, meus amigos e ate aqueles que não conseguem ainda ver a seu redor os que choram por falta de amor. Ou de um pedaço de pão. Preciso despir-me do meu eu, deste meu ego, da vaidade maldosa em proteger-me, para proteger minha gente, tão carente de outras gentes.