De costas para a vida.
Ela mal nasceu e começou a conjugar o verbo reclamar. Mostrava não gostar do leite da mãe, apenas mamava porque tinha que se alimentar. Meses depois cuspia fora a sopinha e não suportava as frutas. Cresceu, foi à escola e passou a odiar as matérias e os professores. Continuou crescendo e para ela passear era um tédio. Não gostava de animais, reclamava de seu cheiro. Não ia a festas e não tolerava pessoas conversando perto dela. Achava que não poderia acreditar em ninguém e muito menos encontrar alguém que pudesse amar. Trabalhava porque precisava de dinheiro, mas reclamava do chefe, dos colegas e até da cadeira. Ela preferia ficar só, longe de todos e de tudo. Nem sei como ela resolveu aprender a dançar, mas logo parou porque nem de ouvir música ela gostava! Reclamava das letras, do som que era muito alto. Ler para quê? Ir a um teatro?! - Iria somente perder tempo.
Ninguém conseguiu convencê-la a mudar de idéias, de modo de viver. Ela não se sensibilizava com nada porque tudo não estava do jeito que ela queria. A vida se esforçava para se mostrar bela, mas ela não notava, ela continuava cega e surda. Muda? Jamais! Reclamar era o que mais fazia. Será que ela nasceu somente para esperar pela morte?! Talvez até reclamasse que a morte estaria demorando muito para chegar.
Isso tudo me fez lembrar do eminente Francisco Otaviano que com mestria escreveu:- Só passou pela vida, não viveu.
Ninguém conseguiu convencê-la a mudar de idéias, de modo de viver. Ela não se sensibilizava com nada porque tudo não estava do jeito que ela queria. A vida se esforçava para se mostrar bela, mas ela não notava, ela continuava cega e surda. Muda? Jamais! Reclamar era o que mais fazia. Será que ela nasceu somente para esperar pela morte?! Talvez até reclamasse que a morte estaria demorando muito para chegar.
Isso tudo me fez lembrar do eminente Francisco Otaviano que com mestria escreveu:- Só passou pela vida, não viveu.