Boas-novas!
 
     A um certo tempo venho me perguntando qual a razão de sofrer por amor! Por que a solidão como única companhia? Acabei de chegar à conclusão que estou resistindo, me rebelando, digladiando com os acontecimentos atuais, estabelecendo um duelo com a vida e os seus desagrados.

     Por não entrar em acordo com as clausulas que a vida tem imposto pra mim no momento. Por não aceitar a direção que me encaminham... Eu tenho designado energias, esgotado pensamentos! Eu tenho investido sentimentos e forças... Eu tenho articulado projetos, movido ações a fim de resolver essa insatisfação. Eu tenho minado emoções, dito e repetido palavras pra demonstrar meu feroz desprezo diante dos acontecimentos que estão em desarmonia com os meus planos, com meu querer... Mas, quer saber?... Eu estou imensamente exausto.


     Eu sempre ouvi que quando a gente deseja uma coisa, é preciso reunir coragem e sair em busca. Educaram-me a desbravar o desconhecido, a enfrentar de peito aberto, sem escudo, os perigos. Ensinaram-me que embora caído é preciso se erguer e insisti. Aprendi a lutar por aquilo que eu desejei, afinal, sempre temi ser confundido com um covarde. Mas, reconheço... Essa é a hora de parar! É o tempo de deixar a vida seguir... 


     Ora! Eu também sei acreditar, pois isso é ter FÉ! O não ter o que fazer, o não saber fazer me obriga a aceitar o convite a dança da vida confiando no seu ritmo próprio sem objetar, esbravejar, afrontar, me convencendo que é melhor confiar na sabedoria do Universo e que Ele dialoga conosco. Se apesar de tantos esforços nada mudou é porque eu devo prestar atenção a esses sinais e aguardar.


     A questão é que eu não tenho o poder de administrar o mundo, de exercer um domínio sobre outra pessoa. É muita presunção achar isso, uma vez, que não dou conta de gerenciar minha existência, nem de organizar minhas gavetas.  Temos só uma leve impressão de controlar as situações, pois, o controle, no seu sentido amplo, não há.


     Basta! Eu abandono o tatame. Tremulo a bandeirinha branca... Ciente que essa é a hora de parar com a “quebra de braço”. Eu não sou tão soberano quanto julgava... Faço minhas escolhas, assumo as conseqüências de minhas atitudes, estou sempre no comando de mim, ainda assim não tenho influência sobre os resultados daquela equação... Apesar da minha ação. Sou pequeno! E tal pequenez vive subjugada as interferências do transcendental, do mistério, da “incógnita” suprema, do inexplicável, daquele que É o que É. Ou seja, vivemos sob as rédeas de uma vontade maior. 


     Não é fraqueza admitir que não há alternativa se não aceitar os fatos, concordar com o silêncio, selar acordo com o NÃO. Pois tudo foi feito. Dei o que tinha, beirei o que não tinha e se esvaziar não é justo... Não é mesmo?! O mais nobre a fazer é caminhar sozinho, sem arrastar corrente. É olhar por outro prisma e continuar, afinal, confiar na sabedoria da vida é sempre um negócio lucrativo. Quem sabe uma boa surpresa me espera mais adiante? Disposto estou a me despi desse ciclo e aprender a ouvir a vida com sua melodia linear e progressiva. Eu não sou perdedor...


     Olhar nos olhos da realidade enxergando a verdade sem disfarces causa incômodo por sua crueza segura. E sabe? Segurança é o que eu espero pra essa fase. Nunca aprovei me enganar, me dopar, me travestir, então sem receio do que possam pensar ou do juízo que hão de tecer eu digo não saber fazer outra coisa se não assinalar a opção da confiança, respirando fundo rumo ao próximo estágio do jogo da vida. Isso me apazigua me libertando do laço sufocante da dor. Como falam por aí: nada é por acaso. E não é mesmo! 


     Dou o pontapé inicial desse ciclo sem medos, sem fantasmas, sem traumas, sem receios de nunca mais voltar a amar, pois, engana-se se pensa que estou manco e incapacitado para uma nova tentava. Eu só apenas encerrei o que já estava fadado a nunca acontecer. Eu só abandonei os trabalhos naquela terra infértil e improdutiva... Quero terras aráveis. Quero a terra prometida!


Quero confiar no tempo e em seus segredos e domínios. Quero me lançar ao ritmo da vida, deixando-me ficar quieto esperando a hora de ser convidado a adentrar a ante-sala da felicidade. Entrego-me sem medidas ao fluxo do Universo, bebendo dos dias pouco a pouco, cada gole por vez, sem fazer tantos planos, sem investir tantos pensamentos, mas realizando o meu melhor que nesse momento é ESPERAR. Pois, o tempo só está querendo um tempinho pra organizar as coisas.


     Como diz o poeta... “O que tiver de ser nosso, será – mais cedo ou mais tarde!”




Imagem - Fonte: Google


Toni DeSouza
Enviado por Toni DeSouza em 06/08/2010
Reeditado em 07/08/2010
Código do texto: T2421879
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