GOLEIRA SEM NOÇÃO. BVIW
Quando meu filho mais novo era criança, fomos passar uns dias na praia. À tarde, a turminha da pousada inventava um jogo de futebol. Nem sempre conseguia-se o número ideal para formar um time .Faltava goleiro.Uma tarde, resolveram me escalar para o gol. E lá fui eu toda animada, ali no meio de duas sandálias havaianas que serviam como trave. Como professora e trabalhando com adolescentes, era uma boa oportunidade para colocar minhas habilidades pedagógicas à prova. Eram dez moleques metidos a craques, mais animados do que pipocas estourando na panela.O jogo teve inicio e felizmente eu não era muito exigida para defender a honra do meu time. Lá pelas tantas, me distrai com uma criança que saiu correndo para o mar e acabei virando de costas para o campinho. De repente, meu filho exaltadíssimo, gritava: mãe, de costas, não! Olha o gol, está escancarado! Desse jeito nós vamos perder! Olha a responsabilidade! Só não lhe expulso porque não tem reserva! Voltei a ocupar meu posto, compenetradíssima. Os Pernalongas, time do meu filho acabou ganhando por dois a zero, não por mérito meu, que não fiz nenhuma defesa espetacular, mas porque o outro time era ruim demais, acho eu. Mais tarde, meu filho contava para o pai a minha atuação como goleira e dizia ser a primeira que via alguém no gol, ficar de costas para o campo.Como vocês podem ver, não era essa a minha vocação.
Quando meu filho mais novo era criança, fomos passar uns dias na praia. À tarde, a turminha da pousada inventava um jogo de futebol. Nem sempre conseguia-se o número ideal para formar um time .Faltava goleiro.Uma tarde, resolveram me escalar para o gol. E lá fui eu toda animada, ali no meio de duas sandálias havaianas que serviam como trave. Como professora e trabalhando com adolescentes, era uma boa oportunidade para colocar minhas habilidades pedagógicas à prova. Eram dez moleques metidos a craques, mais animados do que pipocas estourando na panela.O jogo teve inicio e felizmente eu não era muito exigida para defender a honra do meu time. Lá pelas tantas, me distrai com uma criança que saiu correndo para o mar e acabei virando de costas para o campinho. De repente, meu filho exaltadíssimo, gritava: mãe, de costas, não! Olha o gol, está escancarado! Desse jeito nós vamos perder! Olha a responsabilidade! Só não lhe expulso porque não tem reserva! Voltei a ocupar meu posto, compenetradíssima. Os Pernalongas, time do meu filho acabou ganhando por dois a zero, não por mérito meu, que não fiz nenhuma defesa espetacular, mas porque o outro time era ruim demais, acho eu. Mais tarde, meu filho contava para o pai a minha atuação como goleira e dizia ser a primeira que via alguém no gol, ficar de costas para o campo.Como vocês podem ver, não era essa a minha vocação.