Marca do nosso tempo

A violência é a marca do nosso tempo. A falta de segurança na Paraíba já foi pauta até do Jornal Nacional. Na madrugada de hoje, 4 de agosto, na cidade de Itabaiana/PB, dois homens invadiram a casa das irmãs Samara Patrícia Simplício da Silva, de 21 anos, e Joana Paula Valentim da Silva, de 29 anos. Edicleide Valentim da Silva estava em casa quando Crisolênia Mouzinho da Silva, de 32 anos, chegou gritando e pedindo socorro, dizendo que estava sendo perseguida por três homens. Um deles ficou dando cobertura enquanto os dois passaram a atirar nas moças.

Crisolênia Mouzinho e Sâmara Patrícia morreram na hora. Edicleide foi ferida na mão com um tiro e socorrida para um hospital da cidade, sendo liberada logo em seguida. Já a jovem Joana Paula ficou gravemente ferida e precisou ser socorrida e transferida para um hospital em João Pessoa. No rastro do crime, a constatação que se tornou rotina: envolvimento com o tráfico de drogas.

O elemento mais cruel desses crimes é a confirmação de que esses destinos poderiam ser mudados. De algum modo, nossa juventude perdeu o rumo e nós somos culpados. O comportamento que hoje prepondera também nas pequenas comunidades, que acaba em algum tipo de violência, física ou psicológica, tem sua origem na falta de vontade para cuidar de nossa gente. A nossa pobreza e falta de perspectiva pedem saídas e respostas concretas que não chegam.

Charge do cartunista Amarildo mostra cinco figuras: Igreja, Família, Estado, País e Polícia. A Igreja admite que não permite o controle da natalidade, a Família não oferece amor e carinho, o Estado não dá educação, o País não oferece emprego e a Polícia reclama: “vocês querem que eu resolva tudo sozinho?”

A verdade é que estamos perdendo feio a guerra com o tráfico de drogas. A desigualdade social, a corrupção e a falta de compromisso social dos gestores públicos são pilares que sustentam a violência. A situação chegou ao caos. Minha Itabaiana, que sempre foi uma cidade tranquila, vive dias de guerra, com a violência assolando. A calma e serenidade dos moradores do interior são marcas do passado.

Para a Polícia, faltam carros, equipamentos, verbas, pessoal treinado e melhores salários. Essa falta de organização e investimentos fez surgir um ciclo vicioso onde crescem, a cada dia, a impunidade e a corrupção.

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Fábio Mozart
Enviado por Fábio Mozart em 04/08/2010
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