Gaiolas

Caros leitores, bem vindos à mansão dos que pensam e analisam fatos e boatos, partidos e políticos, ratos ou ratazanas, como preferirem.

É na preferência que nos formamos e construímos nossas ideologias e contradições, lendas e legendas, vícios e virtudes.

Quem já deixou de ler este artigo, já está aprisionado na gaiola que iremos refletir adiante.

Somos aquilo que escolhemos ler, escrever ou viver.

Caso fosse possível chegar para muitos como a chuva e o sol, ou o ar e a água, seria satisfação plena. Infelizmente chega-se para poucos, hoje são poucos, mas ontem foram muitos. Estes se libertaram das gaiolas da propaganda que aguça a consumir desenfreadamente. Do comercial que ressuscita a esperança do brasileiro em ser hexa, da novela medíocre a qual tem o mesmo roteiro mudando somente de nome e endereço, mas a trama é entre o mocinho que sofre, o bandido que se dá bem e no final é preso ou morto. O mocinho casa-se com a mocinha e vivem felizes para sempre. Vivem sem assaltos, são atendidos pelo sistema de saúde com eficiência e qualidade.

Enfim, leitores que cansaram da gaiola da ignorância, mesmice ou mediocridade. Não cansem de libertar mentes!

Esses dias na faculdade, a professora de língua portuguesa, ao ser questionada sobre o sistema de educação, argumentou em sua resposta que “ninguém dá o que não tem”. Com isso, surgiu o medo dos adolescentes serem jovens desprovidos de criticidade ou opinião reflexiva, tornando-se expectadores enjaulados na gaiola de seus pais. Com isso, a frase de Elis Regina faz sentido no contexto abordado, isto é, “ainda somos os mesmos e vivemos como nossos pais”.

Até quando seremos escravizados pelas teorias capitalistas e de quem não adere está fora dos padrões?

Até quando a gaiola será construída na escola e refletida no exercício social?

Será que é necessária a utilização de gaiolas na educação de pessoas?

Gaiolas são instrumentos de manipulação?

Liberte-se, caro leitor, cada dia, da gaiola. Leia muito, pois somos aquilo que lemos, opinamos ou formamos.

Alessandro Salgado
Enviado por Alessandro Salgado em 04/08/2010
Código do texto: T2418063