Quem faz justiça, vende?

Quando o time do Brasil perdeu a copa em casa em 1950, foi uma balburdia ensurdecedora, levando cronistas brasileiros, como Nelson Rodrigues, a cunhar o termo: Republica de Vira-latas. Adotei a frase, cinquenta anos depois para batizar meu blog, por ver ali do lado de fora, os cães sarnentos ainda aplaudem a galinha girando na assadeira.

Quando o Brasil perdeu a dignidade, calou-se o Maracanã lotado, espalhou-se pelas ruas, cidades, estados, emudecendo uma nação. Alguns lutaram contra o autoritarismo por liberdade, outros por uma aposentadoria polpuda nos anos 2000. Mas a constituição de 1988 em nada mudou o estigma da justiça, entre aspas, para todos, mas que na pratica atende alguns afortunados neste país de injustiças abissais na distribuição de renda e hombridade.

O cidadão comum ao ser pego em delito, será preso e o seu direito de presunção de inocência vai pelo ralo, vide caso da mulher que ficou presa 4 meses ao furtar um pote de manteiga. O pobre diabo será fichado perderá os documentos, ficará marcado para sempre, não conseguirá emprego, nem aposentadoria, mesmo com propagandas de reintegração criadas pelos ministérios do setor.

Já do outro lado, temos magistrados sendo acusados de vendas de acórdãos e serem sumariamente aposentados. O salário de cada um equivale à de 40 brasileiros comuns ao mês. Isso não é punição é uma premiação. Não há temor em cumprir as regras. A balança da Justiça pende apenas para o lado do ouro, que pesa mais que a palha usada na cama dos Viralatas.

A estátua mulher vendada diante do Palácio da Justiça não representa a Justiça cega, mas sim um povo cego que não vê os arroubos cometidos dentro da instituição para manter os cachorros com Pedigree alheios ao mundo além dos muros do paraíso judicial.