sirvo os poemas

Dei para embirrar publicar poemas: o toma lá o meu sangue e o meu corpo, a hóstia do poema!

Não, escrevo como quem lava as mãos..., só depois sirvo o poema.

Hoje escrevi assim:

'o lugar da água'

1

Acordei ao som da chuva, chove.

A água cai na rua, o mundo

lava-se...

2

Na escrita caio e

como D. Fuas Roupinho

montando o seu alazão, salvo-me

Por inspiração divina o susto

assusta o cavalo e

levanta-se

sobre os quarto traseiros

se levanta e

para

marcadas ficando ferraduras

no chão de rocha dura e

lá em baixo o mar...

Este um milagre da Virgem

visitado pela minha pena

escrevendo neste dia

3

Vou tomar banho,

a literatura já ocupou

no corpo o lugar da água

#

Hoje o Assim escreveu assim:

'evidência sem vidente'

rendo-me à evidência

da evidência nunca ser

evidente evidentemente

antes sendo depois de ser

evidentemente evidente

evidência sem vidente!

{A única conclusão conclusiva não sendo a morte, é trabalhar na estiva. Nem esta contudo é conclusiva, às vezes os barcos não chegam.

A ligação à Net está quase pior que má, vamos ver se dá...}

Francisco Coimbra
Enviado por Francisco Coimbra em 16/09/2006
Código do texto: T241624