Pai pai-d´égua
(Dia dos Pais)
Estive, recentemente, num restaurante de Fortaleza chamado Sirigaddo. Por sinal, um dos melhores da capital alencarina, que oferece outros tão bons quanto.
Há uma dezena de restaurantes mais ou menos do mesmo nível, me falou um velho amigo.
Prova inequívoca de que o cearense, além de ser um povo hospitaleiro, põe à disposição dos turistas o que de melhor existe na sua cozinha.
Vale ainda salientar, que se come pratos sofisticados, mas com indisfarçável toque nordestino.
Se não tivesse esse "tempero", não se estaria no Ceará.
Lá pras tantas, eu quis saber tudo sobre o sirigado, que me informaram ser um peixe nobre dos "verdes mares" da terra onde eu nasci.
No mar da Bahia ele até pode viver, mas com outro nome. No Ceará, por exemplo, o pargo é o peixe que o baiano chama de vermelho.
Na minha mesa estavam mais dois casais: um casal mineiro e o outro de Salvador.
Todos procuravam saber que diabo de peixe era aquele tão delicado e extremamente saboroso.
Foi aí que interpelei o garçom que me atendia.
Chamando-o de pai-d´égua, perguntei-lhe sobre a verdadeira origem do sirigaddo; e se ele, por acaso, tinha outro apelido.
O garçom pareceu-me conhecer muito pouco sobre o questionado pescado, que dera o nome ao restaurante. Sua resposta foi delicada, mas imprecisa.
Chamando-o também de pai-d´égua, procurei ouvir, a respeito, o Maitre que, apressado, passava ao meu lado.
Deu-me uma explicação tão imprecisa quanto a que me fora dada, momentos antes, pelo cordial garção.
Deixei o restaurante levando comigo, apenas, a certeza de que o tal peixe era, de fato, saboroso como uma pessoa que frequenta o Sirigaddo me havia garantido. E nada mais do que isso.
Paga a conta, um dos companheiros me fez esta pergunta: " Você chamou o garçom de pai-d´égua; você não o teria xingado?"
Respondi-lhe que não. E acrescentei: o teria ofendido se o tivesse chamado de "fio de uma égua".
Precisei, então, dar-lhe mais alguns esclarecimentos. E para fazê-lo com segurança, recorri ao Dicionário Cearense, que adquirira numa dessas minhas visitas a Fortaleza, cujo autor não tem o nome impresso no pequenino e interessante livreto.
No Dicionário está escrito: Pai-d´égua - Porreta, legal, bacana. E ele, utilizando-se de uma expressão bem cearense: "Ai e é?"
Portanto, meu dileto leitor, no Dia dos Pais, se você não tiver mais como dizer que seu genitor (arre!) é um cara super-legal, porreta, bacana, chame-o de pai-d´égua, sem medo de hostilizá-lo.
Se porventura ele se achar ofendido, convença-o a visitar o meu Ceará; ou se lhe for mais cômodo, a ler esta crônica na qual homenageio meu saudoso pai, que foi, sem dúvida, um cara PAI-D´ÉGUA!
E como ele gostava quando eu assim o chamava, com o convincente carinho do filho primogênito...
Nota - As velas do Mucuripe. Foto que saquei da janela do meu hotel.
Mar de Fortaleza.... mar encantador... mar inspirador!
(Dia dos Pais)
Estive, recentemente, num restaurante de Fortaleza chamado Sirigaddo. Por sinal, um dos melhores da capital alencarina, que oferece outros tão bons quanto.
Há uma dezena de restaurantes mais ou menos do mesmo nível, me falou um velho amigo.
Prova inequívoca de que o cearense, além de ser um povo hospitaleiro, põe à disposição dos turistas o que de melhor existe na sua cozinha.
Vale ainda salientar, que se come pratos sofisticados, mas com indisfarçável toque nordestino.
Se não tivesse esse "tempero", não se estaria no Ceará.
Lá pras tantas, eu quis saber tudo sobre o sirigado, que me informaram ser um peixe nobre dos "verdes mares" da terra onde eu nasci.
No mar da Bahia ele até pode viver, mas com outro nome. No Ceará, por exemplo, o pargo é o peixe que o baiano chama de vermelho.
Na minha mesa estavam mais dois casais: um casal mineiro e o outro de Salvador.
Todos procuravam saber que diabo de peixe era aquele tão delicado e extremamente saboroso.
Foi aí que interpelei o garçom que me atendia.
Chamando-o de pai-d´égua, perguntei-lhe sobre a verdadeira origem do sirigaddo; e se ele, por acaso, tinha outro apelido.
O garçom pareceu-me conhecer muito pouco sobre o questionado pescado, que dera o nome ao restaurante. Sua resposta foi delicada, mas imprecisa.
Chamando-o também de pai-d´égua, procurei ouvir, a respeito, o Maitre que, apressado, passava ao meu lado.
Deu-me uma explicação tão imprecisa quanto a que me fora dada, momentos antes, pelo cordial garção.
Deixei o restaurante levando comigo, apenas, a certeza de que o tal peixe era, de fato, saboroso como uma pessoa que frequenta o Sirigaddo me havia garantido. E nada mais do que isso.
Paga a conta, um dos companheiros me fez esta pergunta: " Você chamou o garçom de pai-d´égua; você não o teria xingado?"
Respondi-lhe que não. E acrescentei: o teria ofendido se o tivesse chamado de "fio de uma égua".
Precisei, então, dar-lhe mais alguns esclarecimentos. E para fazê-lo com segurança, recorri ao Dicionário Cearense, que adquirira numa dessas minhas visitas a Fortaleza, cujo autor não tem o nome impresso no pequenino e interessante livreto.
No Dicionário está escrito: Pai-d´égua - Porreta, legal, bacana. E ele, utilizando-se de uma expressão bem cearense: "Ai e é?"
Portanto, meu dileto leitor, no Dia dos Pais, se você não tiver mais como dizer que seu genitor (arre!) é um cara super-legal, porreta, bacana, chame-o de pai-d´égua, sem medo de hostilizá-lo.
Se porventura ele se achar ofendido, convença-o a visitar o meu Ceará; ou se lhe for mais cômodo, a ler esta crônica na qual homenageio meu saudoso pai, que foi, sem dúvida, um cara PAI-D´ÉGUA!
E como ele gostava quando eu assim o chamava, com o convincente carinho do filho primogênito...
Nota - As velas do Mucuripe. Foto que saquei da janela do meu hotel.
Mar de Fortaleza.... mar encantador... mar inspirador!