QUEM MORRER VERÁ                 
 
 


O princípio de tudo é o que busco, mas quando a minha última interrogação resultará numa afirmação? Há quem afirme (Mendes Melo/ A Emoção Solidária)), que a Filosofia tem mais valor para os homens que crêem do que para os que não crêem. Para estes, se não existe um Deus, se o mundo é fruto de coisas que não se explicam meditar e pesquisar sobre isso não tem nenhum valor. Enquanto para os que crêem numa divindade, toda meditação, toda pesquisa que termina por nada afirmar e a proclamar mais uma interrogação, redunda na concepção inicial  de um primeiro motor a que a lógica dá o nome de Deus.


Tudo certo se não houvesse um Demócrito para atrapalhar a minha concepção das coisas com a sua teoria de que a natureza é composta de diferentes átomos, que se ligam a outros para depois se separarem novamente, “que um átomo de hidrogênio presente numa célula da pontinha do meu nariz pode ter pertencido um dia à tromba de um elefante e um átomo de carbono que está hoje no músculo do meu coração provavelmente esteve um dia na cauda de um dinossauro”. Que o diga o filósofo Jostein Gaarder, que também nos fala da descrença de Demócrito quanto a força ou inteligência que pudessem intervir nos processos naturais, por acreditar apenas na existência dos átomos e do vácuo.


Pelo sim ou pelo não, aqui cabe, não um... “quem viver verá”, mais sim, QUEM MORRER VERÁ.

Zélia Maria Freire
Enviado por Zélia Maria Freire em 03/08/2010
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