--Esther, eu a respeito, acredito que tens reflexões maravilhosas. Mas, quanto a este texto, meditando em tuas palavras, devo lembrar-te que Judas Iscariotes foi escolhido, nos planos de Deus, para ser aquele que entregaria Jesus nas mãos dos judeus. Todos os que estiveram com Jesus tinham seu papel nesse plano. Pedro, que era íntimo de Jesus, o negou três vezes. Porém, se ele não o fizesse, teria sido morto e não propagaria o Evangelho, como logo em seguida fez. Usando o beijo na face que Judas deu em Jesus como analogia para a traição, devemos nos manter alertas sempre que alguém fizer o mesmo conosco? Perdoe-me, mas estas sendo tendenciosa. Outra coisa: quando falas do amor Zoé e do amor Eros, Jônatas foi justo no seu proceder, mas negou o próprio pai, o Rei Saul, que fora tomado pela inveja e pelo ciúme. E ficou ao lado de Davi, o escolhido segundo o coração de Deus que, na primeira oportunidade, caiu em adultério e, para se livrar de seu oponente, colocou na frente de batalha para que morresse. Desse "passo em falso" de Davi, nasceu Salomão, que mais tarde seria rei, e considerado o mais sábio e justo. Devo entender que Deus escreve certo por linhas tortas? Ou, os desígnios de Deus não se discute?

--Cara Silvia...

Discordância jamais será desrespeito, e sim, a explicitação da multiplicidade de sentires, de pensares.., o que, para mim é louvável e belo. Das opiniões contrárias - no bom sentido -, surgem as indagações e dessas, o despertar do espírito científico que, faz fluir do mais íntimo de nós, tesouros incomparáveis, demonstrando a riqueza de Deus em nós.
Bem, quanto a tua interpretação, concernente ao fato, de que Judas Iscariotes, tanto quanto, todos os apóstolos do Cordeiro - expressão Teológica, aplicada aos que conviveram fisicamente com o Senhor Jesus - fizeram, tão somente, o que dantes tinha sido estabelecido por Deus Pai, para que, assim, fosse cumprida a profecia dita desde os primórdios dos tempos, através dos nossos pais apostólicos, concernentes ao Plano Salvífico - muitos discordam da tese da “Predestinação,” não sou totalmente calvinista, por discordar em alguns pontos com Calvino - e pensam que, cada um, tem o poder de decisão sobre suas vidas - ser feliz ou infeliz; amar ou odiar, enfim, o que a maioria entende por “livre arbítrio” – e, que jamais será a minha visão. Não importa quais doutores e/ou teólogos a defenda.. e, ou, a relevância desses vultuosos nomes - pouco se me dá. A minha visão concernente, a tal tese é completamente contrária, a de muitos; quanto a Pedro e a negação do mesmo, quanto a conhecer e/ou conviver com o Senhor Jesus, idem! Tens razão. Penso, que, diante de uma meta, de um alvo a ser conquistado, desde que nobre, há atitudes no ser humano, que jamais medirão as suas retidões de caráter - nem sempre falamos o que está encravado no coração. 
O Pedro traidor para muitos, foi àquele em quem Deus firmou a sua igreja ( Tu és Pedro e sobre ti edificarei a minha igreja), Pedro é rocha é firmeza, por trás do seu gesto pervertido pela humanidade, havia nobreza de caráter e a certeza de que a obra teria que continuar e, o seu papel era o de líder; o povo estava enfraquecido na fé, amedrontado, precisava dele. A maior prova disso, é que nenhuma igreja confiaria em um líder traidor. A igreja sabia quais as intenções de Pedro quanto a negação de conhecer o Mestre.
Outrossim, quanto ao gesto de Judas Iscariotes - o beijo da traição contra Jesus - é fato, é verdade hermenêutica e incontestável, biblicamente falando. Porém, concernente ao meu escrito, é em parte, simbologia não generalizada. Nós escritores, sabemos onde começa e termina a verdade real, a simbologia, a metáfora e a ficção.
Eu não me atreveria a declarar-te tendenciosa, nem a ti, nem a outros. Simplesmente por primar pela liberdade de expressão escrita - sou escritora. Como podes ver, comungamos em muito teologicamente. E em momento algum, explicitei o contrário neste contexto.
Quanto ao que te referes sobre -s egundo tuas palavras - a negação de Jônatas por seu próprio pai, é puramente questão de visão. Para mim e para Cristo, meu pai, minha mãe e meus irmãos são tantos quantos, fizerem a vontade de meu Pai que está nos céus.

Parafrazeando:

A justiça de Deus está acima do sangue e da carne. A VERDADEIRA JUSTIÇA NÃO ENXERGA LAÇOS CONSANGUÍNEOS. Que vos importa agradar a Deus ou aos homens? Digo-vos que, quanto a mim, prefiro agradar a Deus, pois, se eu procurasse agradar aos homens, já não seria digna de ser chamada serva de Deus!
Quanto ao fato de ter sido aquele a quem Jônatas honrou - Davi que ainda não era rei -, por nele haver, no momento, honra e retidão, coisa que ele não achou no próprio pai, e, que, mais tarde, sendo rei, pecou contra Deus adulterando com a bela Bate-Seba, esposa de Urias, um dos seus soldados. E, tendo ele – o rei Davi, armado uma trama diabólica contra Urias, enviando-o para a guerra sem que, jamais voltasse, e, assim, ficando em definitivo com Bate-Seba e como lembrastes, desse pecado nascendo Salomão que, de início, demonstrou humildade perante Deus mas, que mais tarde também caiu, por amor aos seus muitos amores, numa contundente prova de que Deus é perfeito e nós, aprendemos com as dores causadas por nossos atos. Até que enfim, cheguemos a estatura de varões perfeitos.
Davi, em decorrência do seu pecado atroz, sofreu até o final de seus dias e, Salomão aprendeu amargamente que tudo é VAIDADE!!
Jamais direi que Deus escreve certo por linhas tortas! Tudo Nele é reto e correto. Nós é que pela dureza dos nossos corações, pretendemos entortar as linhas que Deus escreve. Pois, mesmo que seja o homem infiel, Deus é e será sempre fiel!! E o que Ele determinou se cumprirá!!

Um grande abraço para ti!
Com o meu sempre respeito:
EstherRogessi
Escritora UBE Mat.3963, Categoria Narrativa. 02/08/10. Em resposta à Escritora e jornalista: Silvia Mendonça.

EstherRogessi
Enviado por EstherRogessi em 02/08/2010
Reeditado em 29/11/2012
Código do texto: T2414570
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