O MUNICIPAL
 
O Teatro Municipal fez cem anos. E sofreu uma reforma maravilhosa. Neste domingo, às onze horas da manhã, foi apresentado um espetáculo maravilhoso com a orquestra sinfônica da UFRJ regida pelo Maestro Ernani Aguiar, inicialmente com uma música tão linda que meu pai diria estar no céu.
Eu particularmente estava no meu céu terreno, no meio da beleza estonteante do teatro, todo em pura arte e junto dos meus filhos Gabriel e Luciana. Tiramos muitas fotos. O ser humano precisa viver e participar da beleza, que é essencial quanto à vida.

O Municipal merece um estudo sobre ele, uma das maravilhas do Rio de Janeiro. Este painel foi pintado por Visconti e de uma beleza que faz bem à alma e à mente.

O teatro repleto, a R$ 1,00 (um real a entrada), a emoção grande por estar com meus filhos em meio à beleza e arte, e o maestro que ia se apresentar, regendo também um coro de crianças ao final cantando “O Menino Maluquinho” com a composição de Ernani Aguiar, de uma beleza incrível, de emoção e lágrimas no tempo todo. O maestro é meu primo, ou seja, eu sou prima do maestro. De certo modo eu estava ali como o pai dele, Wolney Aguiar, irmão de minha mãe Maria José de Aguiar Martins. Um momento muito importante para Ernani, O Maestro, no Municipal. E eu ali.
Lindíssimo, lindíssimo. A orquestra magistral, os instrumentos perfeitos e divinos.
O coração na boca, e as lágrimas nos olhos sem parar. Fui até a beira do palco e toquei o pedestal onde o Maestro se situaria para reger a sua orquestra de inúmeros artistas.
 

Foi um encantamento total durante toda a apresentação. Não dá para falar tudo. Terminado o espetáculo fomos atrás do Ernani e encontramos o corredor bloqueado pelo Ziraldo dando autógrafos ao povo e fãs. O Maestro? Onde está o maestro? Entrei no meio daquela gente, pelas costas do Ziraldo, agarrei seu braço, puxei-o para mim e dando-lhe um beijo emocionado na face, falei-lhe “sou prima do Ernani!”, ao que ele disse “ele é maravilhoso!”, e eu respondendo “você também é!” Pois é “o pai do menino maluquinho”! E fui em busca do meu primo. Mas o serviço de segurança do Municipal está muito atuante, com restauração a ouro por muitas áreas e estava difícil chegar até ele. O segurança e outras pessoas impedindo de chegar ao maestro, oculto na parte posterior do teatro e, pela porta entreaberta segura pela mão do funcionário eu chamava em alto tom “Ernani!”, “Ernani!”. Os meus filhos, já quase desistindo, chega correndo o Ziraldo em busca do amigo maestro, e já ia entrar pela porta, segurei o braço dele e falei alto “Ziraldo, fala com o Ernani que a prima dele está aqui!” e ele me olhou e lá dentro deu o recado. O Maestro Ernani Aguiar veio cá fora da porta, e primo e prima se abraçaram e se beijaram quatro vezes de tanta emoção, chorando e rindo e beijei respeitosamente a mão do maestro. Indiquei meus filhos, e Ernani se abraçou com alegria a Gabriel e a Luciana! Foi maravilhoso! Que domingo!