Duas Vidas, um Destino - 5ª Vida, Aflição
5ª Vida – Aflição
"Sabemos que a tecnologia é desenvolvida com a finalidade
de nos proteger de todas as aflições possíveis, mas,
e quando surgir uma aflição impossível de se proteger,
em quem confiar?"
O sangue cálido umedece seus quadris, porém, sua pele sua fria, não devido a sua já conhecida indiferença as dores ou mesmo aos outros, mas sim, em relação àquela voz sutil e cortante que passava por seus ouvidos, como se fosse algo surreal que estivesse lhe ocorrendo.
Seu olhar se distancia do seu ferimento subindo-lhe o corpo e se dirigindo ao dono daquela voz que lhe falara com o receio de uma criança que evita olhar seu pai após fazer algo errado.
Enfim eles cruzam seus olhares. A frieza e crueldade que transbordam de seu algoz é tão intensa quanto sua calma imperturbável e sua sede de sangue que paira ao seu redor.
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A natureza transbordava a sua volta cheia de vida. O canto dos pássaros acariciava-lhe os ouvidos juntamente à brisa que lhes parecia abençoar.
A jovem Harumi estava de pé com seus belos cabelos compridos que bailavam no ar em meio a toda aquela paz e quietude, observando um garoto de cabelos negros que brincava com sua mãe próxima a um córrego de águas límpidas, se sujando e correndo para seus braços ternos e afáveis que o acariciavam.
Ao ver a cena, Harumi não entendia como seu pai de pé ali ao seu lado com seu típico sobretudo negro não lhe dava o mesmo carinho e ao mesmo tempo lhe dizia que aquela criança era uma encarnação do mal.
-Pai, porque eu tenho que matar aquele menino que parece ser mais novo do que eu?
-Harumi, quantas vezes vou ter que lhe repetir...
-Eu sei pai, você disse que ele é um demônio maligno que irá nos ameaçar e que eu tenho o dever de eliminá-lo.
-Então?
-Err... não acho que ele vá se tornar uma ameaça à nossa existência, ainda mais...
-Ainda mais...?
-Nada não pai. Deixa pra lá. - Harumi nunca conseguiu fazer essa pergunta a ele.
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-Pai?!... Por quê?
-Por quê? Por causa de sua incompetência em se livrar desses dois. Eles são assim tão terríveis a ponto de você sequer conseguir acabar com o mais fraco que já está ferido!!
-Mas pai...
-Sem mais! Vou lhe dar uma chance de se redimir.
Nesse instante, Ibuki retira seu punho do corpo de Harumi que sente uma fisgada de dor e se aproxima de Zero.
-Sua chance de se redimir perante mim, Harumi será eliminar esses dois junto a Zero que enviei até aqui para lhe ajudar desde o início. E como você me agradeceu? Quebrando o punho dela, por puro egoísmo. Acha que você é a melhor lutadora que existe apenas por ter em seu sangue o acréscimo do DNA de mestres em artes marciais?
-Como?! - indaga Setsuna - O que fez a ela Ibuki? Que história é essa de mestres das artes marc*....?!?
Setsuna interrompe sua investida ao receber uma estocada da katana de Ibuki no ombro direito.
-Caro Setsuna, como sempre tentando me afrontar? A Harumi que se encontra na sua frente é o resultado da combinação do código genético de vários mestres renomados das artes marciais de vários estilos de luta e foi treinada com o intuito de eliminar você. É claro que houve falhas no processo como outras experiências que não deram certo e foram descartadas, e por fim, experiências com ciborgues. É claro que tive o auxílio e a cooperação de seu amigo Katsu... pfff... o coitado ansiava pelo dia em que criaria um andróide perfeito que pudesse fazer basicamente tudo o que um ser humano faz e ainda ter a capacidade de evoluir, um completo idiota que não consegue visualizar a grandeza e as possibilidades de se criar uma arma de devastação em massa que aos olhos de qualquer um não passaria de um ser humano desprezível como qualquer outr*....!!! - Ibuki mal pôde perceber quando e de onde veio o golpe que o atingiu, tudo o que ele conseguiu notar foi Setsuna no local onde antes ele se encontrava com o punho em riste diante de uma Harumi e um Ino perplexos e uma Zero de expressão imutável que ao observar a cena, tenta atacar ao que é bloqueada por Ino.
-Você não se esqueceu de mim, não é?...!! - Ino leva um chute giratório no flanco esquerdo sendo lançado contra a parede, ao que Zero prossegue girando o corpo num 360° atacando Setsuna que é atacado também por Harumi.
Harumi executa um sutil, porém, decidido salto aplicando o que em muitos estilos de artes marciais é conhecido informalmente como Butterfly, que nada mais é do que um chute aéreo, servindo de impulso para a outra perna que vem de trás do corpo tente pegar o adversário desprevenido. Nisso, Setsuna erguendo seu braço direito, pára o chute dela, rejeitando a dor que perpassa seu ombro perfurado e com um movimento circular, agarra a perna dela, enquanto usa seu joelho esquerdo para proteger-se do ataque direto de Zero, para em seguida arremessar Harumi de encontro à ciborgue que mantém seu corpo estático ao que a hábil lutadora usa de apoio com ambas as mãos para rolar sobre a mesma enquanto habilmente descreve uma pequena corrida em formato elíptico aproveitando-se do bloco de concreto que ainda se encontrava no local, para logo depois aplicar outro chute contra o dorso de Setsuna que se encontra desprotegido.
-Abaixe-se!!! - grita rapidamente Ino, ao que Setsuna rola para frente evitando o ataque de Harumi enquanto Ino dispara em sua perna tentando imobilizá-la, quando Zero com um movimento extremamente veloz aplica um soco no chão fazendo com que pedaços do chão subam desviando em alguns poucos centímetros a trajetória da bala que passa sobre a perna da lutadora que ainda se aproveita dos fragmentos no ar para com outro chute circular lançá-los com força de encontro ao detetive que é atingido no ombro e cai contra a porta interna do que restou daquele lugar que antes foi uma moradia.
-INO!!! - grita Setsuna que novamente se vê sendo alvo das duas assassinas que o atacam impiedosamente tentando acuá-lo contra a parede, ao que ele desvia como pode seus rápidos socos e chutes que vão minando suas defesas gradualmente até que ele nota o fragmento ainda firme no teto que outrora serviu como tiro de largada para seu embate e nisso Setsuna é atingido por um golpe de Zero.
-Setsuna, cuida... hã?!
-Heheh... peguei.
De repente, eis que ele segura o punho da andróide e o golpeia com a outra mão.
O impacto, tamanha potência e dano infligidos simplesmente transpassa o pulso de Zero, fazendo sua mão voar, ricocheteando pelo local até cair fora de visão pelo caminho que Katsu se fora minutos antes.
Harumi se aproveita desse instante de distração e ataca rapidamente Setsuna com um chute violento que ele esquiva ao mesmo tempo em que segura o braço quebrado de Zero e o encosta contra à perna dela causando um violento choque nas duas.
-WAAARRGHHHHHHH!!!!!!!!!!!!
-Agora, somos só eu e você Ib*...!!
-SETSUNA!!!! - o urro de Ino ecoa por todo o conglomerado aterrorizando aos últimos curiosos que ainda se encontravam no local devido à façanha da misteriosa mulher que minutos antes havia arremessado um bloco de concreto do térreo até o 10º andar com as mãos.
Mas ele tinha seus motivos, afinal, desde que encontrara com aquele estranho que dizia ter reencarnado no corpo de um pequeno jovem de mesmo nome Ino nunca o havia visto ser ferido de tal maneira mesmo encurralado como vinha sendo por Harumi e Zero, mas parecia que tal regra não se aplicava àquele ser esguio de alvas madeixas que com improvável facilidade acabara de cravar a lâmina de sua katana no flanco direito de Setsuna que se mostrava desacreditado de sua situação.
-O que houve Setsuna, meu caro? Está tão cansado que nem conseguiu se esquivar de meu ataque. Ou será que não CONSEGUE?! - ao dizer isso Ibuki gira a katana ainda no corpo de Setsuna.
-*argh!!...*ugh!! - balbucia ao sentir o rápido impacto da mão de seu algoz se chocando com seu pescoço fazendo-o exalar sangue.
-Veja como seu corpo é frágil, Setsuna. Só de encostar-se a seu pescoço eu quase quebrei sua traquéia. - sibila ironicamente Ibuki enquanto se aproxima da lateral do rosto dele - Eu poderia acabar com você agora meu caro companheiro atemporal, porém, você ainda está em dívida comigo meu amigo.
-Como?! - indaga Ino, se erguendo - O que esse cara quer dizer com isso Setsuna!!
-Oh! Eu tinha me esquecido completamente de você. Ainda continua vivo?!?
-Como você está? Já conseguiu se perdoar pelo que você fez?
-H-hã?! D-do... que você está fa-lando... Ibuki.
-Ué?! Então mesmo depois de vocês terem se envolvido nisso tudo ele ainda não contou o segredinho dele pra você, Setsuna?
-Isso não tem nada a ver... nada a ver com o Setsuna!
-Como não? Como você explica o fato de que o único tiro que você errou em carreira e que nunca veio ao conhecimento público e muito menos da polícia em si, os quais deveriam ser os mais interessados nisso, foi responsável pela morte de duas das pessoas mais importantes de toda sua vida, além é claro da sua mesma?? HEIM?? EXPLIQUE ISSO PARA QUE POSSAMOS ENTENDER MELHOR INO!!!! - as palavras pronunciadas pareciam ferir-lhe a alma a cada novo instante e lágrimas correm-lhe a face sofrida e cabisbaixa
-P-pare com isso, Ibuki...
-O quê?!? O que disse Setsuna? Hã? - nesse instante Setsuna põe sua mão esquerda por sobre o braço de Ibuki que o estava esganando - O que espera fazer nesse estado e sem forças. É melhor poupar esforços e...!
"O que está havendo com ele? Sua força está amplificando a cada instante que se passa? Mas isso é impossível no estado em que ele se encontra... o quê está havendo?!”
No mesmo instante que uma lágrima se desprende do rosto de Ino, Harumi começava a recuperar suas forças ainda furiosa por estar perdendo para alguém a quem ela considera um ser maligno, mas confusa internamente após ouvir aquelas palavras de seu pai e mentor observava a cena que estava se desdobrando à sua frente assim como Zero que mesmo tendo sofrido tamanho curto em seus circuitos internos ainda funcionava e de repente visualizava umas imagens difusas que não correspondiam a realidade do que ouvia. Também nesse instante, Katsu estava reentrando no recinto cheio de poeira e fumaça quando pára estático diante da cena que via.
Parecia o mesmo que a superação do homem ao subir pela primeira vez o Monte Everest www.cchla.ufpb.br/debate2005/everest.jpg, mas era o punho de Setsuna atingindo Ibuki furiosamente.
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Mais tarde naquele mesmo dia, Setsuna, Ino e Katsu encontram-se no interior de uma basílica belíssima e cheia de adornos fabricados provavelmente por antigos artesãos, pois tinham um capricho fora do comum que não é mais visto nos dias de hoje. As imagens esculpidas remetem a épocas remotas dos primeiros séculos e ainda preservam sua aparência tão conservada quanto à dama do tempo teria se existisse realmente. O odor suave de mirra paira no local que induz paz e descanso aos músculos feridos e exaustos daqueles que ali buscam refúgio em meio a tantas referências históricas. Eles se alimentam com o pouco que conseguiram com o pároco daquele recinto que agora os deixara em paz, mesmo que suas aparências não fossem as melhores e muito menos devido à katana gasta que pairava nas mãos daquele que parecia ser o líder se é que existe algum líder em tal grupo. Banhados pela luz dourada dos candelabros e dos adornos que refletem no ouro e demais materiais do local, Katsu enfim quebra o silêncio:
-Será que conseguimos escapar?
-Duvido muito, - pronuncia Setsuna com seus ferimentos já estancados - por pouco não nos envolvemos naquele problema com a polícia naquele instante. Graças à presença de Ino pudemos passar por eles sem maiores atrasos. Até por que, pra alguma coisa, o fato dele ser policial teria que servir...
-Heh! E quem disse que eu não sou útil?! Agradeça por eu ter lhe ajudado, senão você já estaria em maus lençóis agora, isso se não estivesse morto!
-Tudo bem, conversamos sobre isso depois, agora você, meu caro Katsu. Conte o que houve realmente entre você e Ibuki.
Pego repentinamente pela pergunta incisiva, Katsu fica sem ar por alguns instantes, após os quais se recompõe e começa a dissertar:
-Tudo teve início há cinco anos. Na época, eu tinha acabado de concluir meus estudos sobre informática avançada e já conhecia mais do que a maioria das pessoas a respeito da robótica e seus fundamentos. Trabalhei junto a um antigo companheiro de pesquisas, na época meu amigo.
-Juntos, retomamos um projeto a muito esquecido por nós devido à falta de tecnologia compatível na época, mas enfim, tínhamos em mãos o que precisávamos para pôr em prática nossa vontade mais desejada: criar o andróide com a verdadeira IA [http://pt.wikipedia.org/wiki/Intelig%C3%AAncia_artificial], para que pudéssemos ver nossa criação evoluir junto com a geração a qual pertence assim como os filhos evoluem junto aos pais e o tempo junto às eras.
-Chegamos a criar até mesmo uma maneira para que o andróide funcionasse a partir da energia alucinógena existente nas drogas. Isso mesmo, Ino, conseguimos criar uma maneira de fazer com que as drogas contra as quais a polícia tanto luta servisse para fazer funcionar o sistema de um andróide criando assim uma fonte de energia abundante e completamente inovadora até para os padrões atuais!
-Mas, ainda assim, com todo esse progresso e desenvolvimento, nos faltava a parte mais importante para que pudéssemos levar a cabo nossa experiência. Dinheiro. Sim, a verba financeira que pudesse custear todo e qualquer teste necessário no desenvolvimento da mais perfeita máquina já construída por um ser humano a partir de outro ser humano. Pois nós tínhamos um problema além do dinheiro, precisávamos de alguém que fosse voluntário à nossa pesquisa, então discretamente, começamos a procurar por possíveis pessoas com doenças em estado terminal, até que ele surgiu.
-Ele mesmo, Ibuki. Na época ele surgiu não apenas com a ajuda financeira necessária para levar adiante nossa ambição, como também, com a pessoa voluntária para que pudéssemos continuar nossas pesquisas. E sempre que falhávamos, ele imediatamente surgia com um novo voluntário. No começo até estranhamos, mas ele dizia trabalhar em uma instituição que dava auxílio a esse tipo de gente e que lá era comum ter pessoas em estágios terminais de doenças até mesmo raras hoje em dia.
Então após algum tempo, ele a trouxe. Nós nunca soubemos qual foi seu verdadeiro nome, por isso a chamamos de Zero. E como era bela, aquela inocente menina.
-Ela era dona de uma beleza quase artificial.
-Seus longos cabelos eram dotados de um azul anil que mais parecia o céu mais limpo que vocês já puderam ver em suas vidas inteiras. Os olhos hoje, trocados por órbitas artificiais, eram como pequenas bolhas de ar de tão alvos que se tinha que fazer esforço considerável para enxergar sua pupila e seu corpo era de uma perfeição sem igual. Belos seios adornavam seu jovem corpo já devastado por alguma doença interna, provavelmente câncer, o qual já não dava mais para distinguir devido à contaminação. Embora ela não esboçasse o menor sofrimento perante tal aflígio. A única coisa que ouvimos ela dizer foi a confirmação de que queria ser nossa voluntária em prol de uma causa que desconhecia quase por completo a não ser pela possibilidade de poder viver mais do que aqueles dias aos quais ela já sabia não pertencer mais.
-Por fim, a sedamos e então fizemos os procedimentos necessários. Trocamos grande parte de seus órgãos internos, e também em torno de 85% de seus membros tanto superiores quanto inferiores. Os olhos como disse antes, foram trocados devido ao dano irreparável a que tinham sido submetidos e mantivemos sua estrutura corporal básica. E obtivemos sucesso após uma operação que durou pelo menos 30 horas de esforço intenso e dedicação total a ela. Foi um sucesso. Mas tivemos problemas no processo. Meu parceiro desistiu do experimento antes de ser concluído por razões pessoais e a partir daí tive que contar com o auxílio das mãos aparentemente inexperientes de Ibuki, um homem que eu até então desconhecia quase que por completo, exceto por essa manifestação súbita de interesse pela nossa obra.
-Porém, ele demonstrou agilidade fora do comum naquele tipo de procedimento cirúrgico. E mais estranho ainda foi quando ele disse não querer nada em troca pelo experimento. Ele simplesmente disse: "Foi uma honra trabalhar com vocês, fico plenamente satisfeito com os resultados obtidos "
-Após esse evento, passou-se uma semana, até que de repente tudo mudou para nós.
-A nossa paciente, já renomeada Zero, simplesmente disse que ia embora. Eu não entendi o porquê daquela resolução repentina e lhe perguntei pra onde ela ia ao que ela simplesmente olhou em minha direção, com os olhos distantes e me respondeu a última coisa que a ouvi dizer em toda minha vida: "Vou pra junto de meu mestre Ibuki." Aquelas palavras doeram mais do que tudo que já vi ou ouvi. Eu tentei impedí-la de fazer isso, mas fui repelido por um golpe do braço dela que me jogou contra a porta da casa onde vivíamos na época. E pior do que isso, eu fui cair justo aos pés dele. Ibuki. O qual me olhou como a um verme e disse-me: "Desculpe doutor, mas tomei a liberdade de fazer alguns ajustes nela e agora preciso levá-la para que ela venha a se tornar útil de verdade, assim como você foi! "
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Ao concluir, Katsu permanece cabisbaixo, como se estivesse refletindo sobre tudo o que acabou de dizer.
Ninguém pronuncia uma só palavra durante alguns minutos em respeito ao companheiro que deixa cair uma lágrima solitária de seu rosto sofrido.
De repente, as luzes do local se apagam, como se tivessem sido banidas para outra dimensão. As trevas parecem se apoderar do recinto, sugando toda e qualquer luminosidade para si.
-Mas, que diabos?! - resmunga Ino.
De repente, os vitrais da capela simplesmente estouram um a um de fora para dentro como se fossem pressionados pelo vácuo.
E eis que surge a frente dos três uma figura feminina de feições já conhecidas aos presentes com suas madeixas louras e seu instinto assassino a flora.
Um relâmpago então os deixa ver seu semblante confirmar suas suspeitas.
-Harumi!! - diz Setsuna.
-Quero respostas, e as quero já!!! - brada a beldade mortal.