O VALENTE QUERO-QUERO

O quero-quero é uma ave típica da América do Sul, sendo encontrada principalmente no Rio Grande do Sul. O apelido "quero-quero" deriva do som de seu canto. Põem seus ovos no solo, são barulhentos e, se ameaçados, dão rasantes sobre as nossas cabeças com o objetivo de afugentar-nos.

É muito estimado pelos fazendeiros, por ser o "vigia" das fazendas, sentinela dos lugares onde habita. Qualquer barulho ou intruso é logo denunciado pela gritaria. Isso faz do quero-quero um excelente cão de guarda, sendo utilizado por algumas empresas que possuem seu parque fabril populado por estas aves.

O quero-quero gosta muito dos gramados dos campos de futebol. Por isso é comum vê-los beirando os campos durante a realização dos jogos. Raro é o gramado do Sul ou do Sudeste do Brasil que não abriga uma família de Vanellus chilensis, o popular quero-quero. E raro é o jogo em que os pobres bichinhos não corram o risco de serem alvejados por uma bola.

O crescimento das grandes cidades é o fator responsável pela invasão nos estádios. Quanto mais as cidades crescem, menor é o espaço para espécies em geral. O quero-quero é uma ave característica de campo aberto e busca ambientes sossegados, como são os estádios de futebol em dias sem partida.

Se os jogadores "atacam", atingindo os quero-quero com boladas , os bichos dão o troco! Em período de reprodução, o risco de ataque é grande. Para eles, os humanos são predadores e podem fazer mal às suas crias. Para se defender e assustar, eles fazem vôos rasantes.

Alguns exemplos:

26/11/08 - Um dos adversários do Santos no Campeonato Brasileiro era o Atlético-MG, que tem como símbolo o Galo. Mas quem preocupou os jogadores santistas, durante o treinamento, foi outra ave: o quero-quero. O passarinho atacou o meia Robson.

27/02/10 - Os quero-quero conseguiram interromper um campeonato! Em Mogi das Cruzes, um ninho no centro do campo, impediu a disputa dos dois primeiros jogos, já que o local foi interditado pela Polícia Ambiental. Isto porque os pássaros precisavam sair por conta própria do campo, ou seja, depois que os ovos fossem chocados (cerca de 20 dias).

2004 - Em um Gre-Nal , uma ave acabou morrendo. Numa jogada de ataque do Inter, um jogador pisou em um quero-quero. O juiz reserva resgatou o animal e o levou para funcionários do Grêmio, mas a ave não resistiu.

Termino, com um poema que encontrei num blog da Internet, cujo autor é Wander Motta, e que expressa, com muita sensibilidade, o que é "ser quero-quero":

Não sou Flamengo,

muito menos Botafogo

aliás, nem gosto de jogo

dizem que sou briguento

violento...

ataco, sim,

minha cria defendo

não me rendo

Nesse gramado cerrado

insetos, larvas, sementes

encontrei o refúgio perfeito

no solo, frágil leito

Em fraque marrom-metálico

ponho-me a desfilar

caminhante elegante

vôo rasante

não sou extravagante

Apaguem as luzes!

quem invadiu o habitat de quem?

cuidado!

cheguem pra lá!

vão me ferir

meus ovos destruir

com essa bola me machucar...

com suas chuteiras me mutilar...

nesse pedacinho escolhi pra morar

e estava tudo tão calmo

até essa multidão chegar...

deixem de lero-lero

por que correr, chutar, brigar?

o que sei fazer é gritar!

QUERO-QUERO!!!

livremente voar!

QUERO-QUERO!!!

meu filhote criar!

QUERO-QUERO!!!

A partida que disputo

dura minha vida inteira

V

E

N

C

E

R

significa

S O B R E V I V E R

nem precisei treinar

para

A

P

R

E

N

D

E

R

É isso que quero

QUERO-QUERO!!!

Fonte: Google.

Giustina
Enviado por Giustina em 31/07/2010
Reeditado em 12/02/2014
Código do texto: T2411167
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