O TUPI E AS FAMÍLIAS BRASILEIRAS

A partir do século XVIII começa a evoluir no Brasil o sentimento do seu povo como uma revanche à postura política de domínio da coroa portuguesa.

O sentimento nativista evoluiu de forma crescente e começaram a eclodir conflitos em todas as partes do país.

Nas Minas Gerais, os portugueses e forasteiros de outros estados que viviam em constantes lutas para a exploração das jazidas, eram apelidados emboabas.

A palavra emboaba é uma corruptela da palavra tupi “mbo’aba” (mão peluda), denominação aplicada àquelas aves que possuem penas nos pés, também conhecidas por “buabas”, em alusão às botas utilizadas pelos forasteiros.

Os paulistas foram covardemente derrotados pelos emboabas ao se renderem àqueles melhores armados, que não cumpriram o tratado de rendição, dizimando-os no local que ficou posteriormente conhecido como “Capão da Traição”.

Em Pernambuco, as aspirações de poder dos senhores de engenho de Olinda entravam em conflito com os interesses comerciais dos portugueses do Recife, apelidados pejorativamente de “mascates”.

Como conseqüência de tantas humilhações e derrotas, muitas famílias brasileiras resolveram enaltecer os seus brios e num despontar de nativismo, resolveram trocar os seus sobrenomes portugueses por palavras tupis. Assim, foram surgindo as famílias Cajaíba (cajazeira), Suassuna (cervo negro), Paraguaçu (caudal grande), Tabajara (senhor da aldeia), Maranduba (batalhas), Pitanga (a fruta, ou vermelha), Paranaguá (enseada), Comandaroba (folhas de feijão) Baraúna (árvore negra), Capinam (capim alto), Japiassú (japim grande), Sucupira, Caminhoá, Sobragy, Suruagy, Imbassahy, Sarahyba, Sinimbú, e muitas outras.