A vida no meio fio
Passando pela calçada de um hospital observo uma chupeta junto ao meio fio, e o que existe de extraordinário nisso? Perguntariam os "simplistas".
Os "econômicos" lamentariam o prejuízo com a perda da chupeta pela criança.
Os "perfeccionistas" criticariam a mãe por não tê-la prendido a roupa através de uma cordinha.
Passariam por cima, sem se importar, os "desatentos".
Os "ecológicos" discutiriam o tempo que aquela chupeta, de borracha e plástico, levaria para se decompor na natureza.
Já os "politizados" culpariam o prefeito pelo acumulo de sujeira na cidade.
A lixeira seria o destino certo, se quem a tivesse encontrado fosse um "politicamente-correto"
Eu, ao ver a chupeta, imaginava apenas a expressão de choro de quem a tinha em sua boca em um momento e no seguinte viu desprender-se e ir ao chão, ficando para trás em sua vida, que apesar da tristeza e da saudade, seguiu adiante como determina nossa natureza.