As Viagens de Gulliver
“As Viagens de Gulliver” Jonathan Swift
Não colocando em debate a veracidade de suas aventuras, o livro relata a história de um viajante cheio de questionamentos sobre o comportamento humano, e que coincidentemente encontra seres dos mais diferentes tipos em quatro viagens consecutivas:
Terra dos pequenos, Terra dos gigantes, Ilha Voadora e, pela conclusão final do autor, aquela que foi a mais significativa das aventuras, os anos passados na terra dos honrosos houyhnhnms.
Na primeira ele demonstra a força de estrangeiros sobre nações mais fracas, já na segunda a situação é totalmente inversa e ele não passa de uma curiosidade extravagante e mínima de um país imenso, na terceira ele se estabelece como um simples estrangeiro, que se diferencia apenas pelos costumes e cultura, além de interesses claro, discutindo assim as diferenças comportamentais em outros países, e na quarta e mais marcante o que se coloca em cheque é a raça humana, inferiorizada por seus costumes banais e egoístas, que chega a ser humilhada e menosprezada por seres, que segundo o autor, beiravam a perfeição.
O livro se resume a um debate interno e intenso do autor sobre o ser, sobre a razão e a política. Sempre exaltando sua pátria mãe, a Inglaterra, exageradamente e sem o menor pingo de imparcialidade. Leis, profissões, atitudes, amor e ódio são temas aos quais Jonathan Swift recorre com freqüência.
Apesar de, as vezes, o relato beirar o tédio, não deixa de ter momentos engraçados, além de instrutivos e curiosos, as críticas ao europeu são de extrema valia. Deixa no ar aquele sentimento de auto-crítica do qual nós nos esquecemos em alguns momentos, que pode ajudar o leitor a se aprimorar em conceitos pessoais.
Sendo assim, minha primeira crítica a um livro é positiva, e recomendo o mesmo para aqueles que não sentem vergonha de fantasiar e filosofar ao mesmo tempo.