(RETRATOS URBANOS) AVENIDA PAULISTA

Caminhando...longa avenida, plana e de largas calçadas.

Noite...carros...luzes. Numa esquina, a música que um garoto toca na guitarra, grita desesperadamente. Coitado...que horrível! Não toca mal, mas desafina o tom e desafia o som.

Casais de todos os tipos...meninos que se agarram, meninas que se beijam na boca, um coroa e uma garotinha...(será pelos seus belos olhos?). Peruas empetecadas em altos saltos, homens que se desengravatam pedidindo por liberdade.

Sexta-feira...happy hour que se prolonga noite afora, madrugada adentro...

Ciclistas voam e skatistas divertem-se em manobras radicais. Mesas nas calçadas e lá nas beiradas, fumantes pagando pelo pecado do seu vício, pobres mortais! Em rodinhas de bate papo, alguns buscam companhia, outros buscam solidão num copo de ilusão.

Alguém vem oferecer um brinco, é um artesão poeta que se empolga, declama sua vida e não reclama sua sina.

Artistas se encontram...a vida desacelera...os carros, os passos, a rua muda de ritmo diante da lua.

E assim segue a noite na paulicéia...

Desvairada? Como nunca!

Sempre!

Marcia Mattoso

(Outubro de 2009 - Me vejo completamente encantada e apaixonada por "Sampa" e em especial pela Avenida Paulista e acabei por escrever, [segundo meu amigo, o poeta César magalhães Borges] a minha primeira crônica, uma crônica urbana. Legal!...Gostei da experiência, pois até já li essa crônica no microfone no Bardo Batata...estou evoluindo, aos poucos...graças a essa terra de ninguém, terra de todos!)