A COBRINHA QUE ENGANOU O CÍCERO

Lêda Torre

Mosquito é o nome do povoado até hoje, lugar onde o personagem dessa história que aconteceu , morava e que se deu há muitos anos aqui nas terras do médio sertão maranhense, nas adjacências de Colinas.

Foi o seguinte: o preto Cícero, homem forte, que gostava de beber a sua caninha da terra, era fiel comprador da birita, e o bom era vir beber em Colinas, na cidade, só assim ele dava uma vista em tudo...e todo sábado era sagrado Cícero vir , porém, ele só voltava muito bêbado.

Num desses benditos sábados, veio todo arrumado de roupa nova, botas de couro, cabelo na brilhantina, água de cheiro daquelas bem fortes, e tudo que tinha direito. Passou o dia enchendo a cara, mas chegou a hora de voltar para sua casa no Mosquito. Foi nesse percurso, que até hoje tem o riacho de nome Curimatã e sua velha ponte, que aconteceu o cerne da nossa história. Cícero atravessou-a, meio lá, meio cá, mas conseguiu o seu objetivo, que era atravessar a pequena ponte de madeira.

Entretanto, não aguentando mais a longa viagem de mais ou menos duas a três léguas (1 km cada légua), a distância para sua casa, o nosso personagem caiu logo do outro lado da dita ponte, num mato e ali mesmo adormeceu de tanto cansaço e embriaguez. Nem tinha ideia do tempo, o bebum de então. ..Foi-se a noite toda. Dormiu a céu aberto...lua...céu estrelado....tempo bom...mas...

Bem cedinho, ao passar por ali um transeunte conhecido, o abordou e quando Cícero se deu conta, levantou-se ainda bambo e cheio de vontade de urinar...e, indiferente ao conhecido, o “Don Juan bebum” arrumou-se todo para fazer a sua necessidade, pegando o seu “ pinto” no jeito, fez o seu xixi e encheu suas botas de couro, novas...

Intrigado com a situação, Cícero pensou que “bem no pezinho do seu pinto estava furado”....rsrsrsr....pois na verdade, o sujeito estava era pra baixo, onde derramou todo o xixi na bota. E o engraçado é que a cabeça cujas mãos estavam segurando, era de uma cobra de verdade, e diga-se de passagem, venenosa, dessa região, e que ao estar dormindo, a “dita cuja”, havia entrado pelas pernas da calça do bebum caído....foi isso que aconteceu....sorte dele, hein...

Mas...a história não encerra aí. O moço já de pé, ainda zonzo, assim mesmo olhou em suas mãos aquilo...e, mirou...mirou... aquela cabeça e verificou de fato que depois de toda sua bota cheia de mijo, o seu pinto com certeza furado bem no pé do sujeito (isto na sua mente), a coisa era séria. Pois bem, foi aí que ele falou assim para concluir seu raciocínio: “- ....essa boquinha eu me lembro que tinha....mas....esses zoinhos, não!!!”....rsrsrsrsrsr...........

Caindo na real, melhor do porre, Cícero se deu conta dos fatos, pois na realidade, aquela era uma cobra verdadeira, e foi um susto daqueles!! vendo a danada, puxou-a com força a bicha de sua barguilha, soltou-a e a cobra foi-se embora, acho que até assustada, pode crê!!

___Colinas-férias-julho de 2010_______________________

Lêda Torre
Enviado por Lêda Torre em 31/07/2010
Reeditado em 03/06/2015
Código do texto: T2409486
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2010. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.