Everything has changed

Estranho. Estranho. Estranho... É a única palavra que não saí da minha cabeça e a única palavra que me impede de ter sonhos tranqüilos e serenos. Porque cansei de tentar vencer lembranças suas. Cansei. Em todos os meus sonhos você é o centro das atenções, em todos meus pesadelos você é o centro das atenções. Bom, ruim, não sei, mas só sei que é estranho. Ontem, finalmente, tive o pouco de você que sempre quis. Foi mais ou menos assim: Havia me preparado há exatos três anos para o dia de ontem. Três anos de inseguranças, ansiedade, amor (muito) para lhe oferecer, irritação, sofrimento (muito) por você, e todos os outros sentimentos que os jovens apaixonados possuem. Tudo isso – e mais um pouco de alguns sentimentos... ahn... estranhos-, misturou-se violentamente no meu frágil e covarde coração. E adivinha? Eu estava indo de encontro com outro frágil e covarde coração. Antes de vê-lo eu rezei. Rezei mesmo. Pedi para que esse dia fosse muito abençoado e que tudo desse certo. Como se tudo isso dependesse de alguém lá de cima... Enfim, eu não agi naturalmente. Eu não estava confortável. Eu estava com o cu na mão. Eu estraguei tudo. EU, eu mesma - sem a Irene -, estraguei tudo. E sabe o que é lamentável? Você é tudo aquilo que achei que fosse. Sim, não tirarei seus méritos para sentir-me menos culpada. Sempre quero dar a melhor parte de mim para as pessoas. E mesmo ciente de que a minha melhor parte seja desprezível para alguns, eu nunca liguei. Se a pessoa fosse indiferente a mim, ela não era merecedora da minha amizade e tchau. Mas, com você, não consegui ser tão insensível assim. Porque sei que não consegui oferecer minha melhor parte... A que, por anos, tanto lutei para lhe dar. Fiquei apática, nervosa, desprotegida e artificial. Mas, melhor terminar por aqui, afinal já não agüento mais meus lamentos. Vou comer minhas palavras e morrer de indigestão... Melhor do que morrer de amor. Pelo menos, agora, tenho a certeza de que minha vida continuará sem você, amigo, que nunca foi apenas um amigo.

“Que leão doentio e masoquista”

Belatriz
Enviado por Belatriz em 29/07/2010
Reeditado em 05/02/2011
Código do texto: T2407136
Copyright © 2010. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.