A carta
Ontem finalmente terminei uma carta que havia iniciado a alguns dias, perdi o hábito de escrever, achei minha letra horrivel, parece que o assunto não saia, a principio pensei em escrever um poema, depois mudei de ideia e decidi falar de saudade, amor e assim foi.
Levei um tempo não muito comum com os temas, preguiça de pensar (culpa da internet) e do imediatismo que já tomou conta de quase tudo, sempre fui muito lento quando se tratava desses assuntos e escreve-los, me senti um pouco aguniado e me perdia no contexto, enfim consegui terminar e acho que até ficou interessante!!!
Mas inevitavelmente uma analogia surgiu e não poderia deixar de expressar-la e o delicioso hábito de escrever quase tudo não pude deixar passar batido, apesar de alguns escritores acharem que o que escrevem não pode ser considerado um diario pessoal e entendo perfeitamente, porém não é possivel dissociar meu texto de tudo que rodeia meu universo pessoal e que as vezes transformo em metáforas, simplesmente por questões poeticas de rima etc...
Verdadeiramente sou o que escrevo, tento dissolver em versos meus momentos, não sei conviver com esta dualidade e os sentimentos fluem e transformam-se em palavras compondo uma rima, um texto, um verso e meu coração se alegra definitivamente aliviado, ele não suporta viver apertado, então escrevo das belezas e mazelas, amores e mulheres, meu mundo real e o que sonho, não necessariamente na mesma ordem.
Quato à carta que mencionei, finalmente conclui e enviei, falando puramente de amor, um enorme texto, daqueles que só é possivel escrever com caneta tinteiro, cheio de paixão e saudade, um exercicio fantástico que veio do fundo da alma, não fiz como de custume, copiar e colar, escrevi com os olhos mareados e a mão tremula, falar de amor nos corrompe, contradiz e sem sentido as vezes se torna, sem as costumeiras metáforas, simplesmente fui eu e verdadeiramente me completei, no meu amor viajei e aliviei o peito que estava cheio de saudade e por um tempo determinado esqueci do teclado e no branco infinito do papel compartilhei a minha ternura e na pureza quase juvenil me deixei levar pelo aroma do perfume que sua lembrança traduz e por isso escrevo...