NÓS, OS HIPÓCRITAS
Há pessoas que pensam que o mundo gira em torno de si; que são o centro das atenções; que todos à sua volta devem servi-las sempre; que não aceitam ouvir um NÃO; que são os donos da verdade e que o seu ponto de vista é o mais correto, e se dele discordarmos, somos todos hipócritas.
Hipócritas todos nós somos a partir do momento em que nos calamos quando na verdade queríamos retrucar, debater, questionar... mas não o fazemos para evitar um “conflito generalizado”, seja ele em família, entre amigos ou até mesmo no local de trabalho.
Hipócritas todos nós somos quando nos deixamos tomar pelo sentimento de revolta simplesmente porque “aquele fulano” não concordou com o que pensamos e com o que dissemos.
Hipócritas todos nós somos a partir do instante em que deixamos aqueles “donos da verdade” pensarem que eles têm o domínio da situação e que podem nos manipular como e quando quiserem, fazendo-nos de marionetes e negando-nos o direito à voz.
Hipócritas todos nós somos toda vez que desejamos fazer uma crítica a algo ou a alguém e não a fazemos com receio de gerar polêmica, de causar intrigas, de provocar mal estar entre grupos de pessoas ou de ser mal aceito pelos outros.
Hipócritas todos nós somos quando deixamos de agradecer àquele que nos estendeu a mão quando dele necessitamos e ainda saímos espalhando por aí que ele fez o que qualquer pessoa teria feito, mesmo a um estranho.
Hipócritas todos nós somos quando tentamos esconder de outras pessoas (e de nós mesmos) que somos uns hipócritas convictos e evidentes.
Enfim, a hipocrisia está dentro de nós, e cabe a cada um permitir que ela se manifeste ou não, tornando-nos seres amados e odiados ao mesmo tempo. Amados por aqueles que acham que somos verdadeiros, odiados por aqueles que nos acham hipócritas.