ELEVADOR

Elevador é algo que eleva. E hoje a gente tem pressa de crescer, de elevar-se. É natural esta necessidade de subir na vida. Subir na vida, nem sempre é chegar ao último andar, ao vigésimo andar, ao trigésimo andar de um edifício. Subir na vida é buscar aspirações, é correr em busca de seus sonhos, é encontrar um grande amor, é ser um bom profissional, é ganhar uma boa “munfunfa”.

O homem tem um leque de escolhas para subir na vida. Existe a opção de subir degrau por degrau, passo a passo. Caindo. Levantando. Tem caminhos mais rápidos, mais fáceis. O elevador é um deles. Pessoas apressadas, não dão manutenção ao elevador que os levam ao pico. Ele pode cair. Ruir de uma vez. E a pessoa não sobe mais. Fica no solo ou no subsolo. Mas, quando vai dando certo, o homem vaidoso com o crescimento anda mais depressa, corre, voa o elevador não dá mais conta.

O mundo moderno exige celeridade. Temos que correr contra o tempo. Ser especialista generalista. Excelente em algo, bom em tudo. Não podemos parar. Estaria eu sendo paradoxal? Qual o certo? Correr ou andar? A vida tem contra-senso. Nove meses para o bebê nascer, a borboleta tem seu tempo de casulo. Por outro lado, o adágio popular “a pressa é inimiga da perfeição”, não justifica perder o cavalo selado que passou a sua frente. O homem tem que estar pronto para conviver com tais adversidades. Ora ele corre, ora ele anda, ora ele reflete, ora canta, ora ele ama. Tudo faz parte.

O homem sábio é perspicaz. Sabe a hora. Anda vagorasamente, corre às vezes. Sobe no elevador panorâmico da vida, apreciando suas belezas. Desce até o solo, mas não se abate. Sobe outra vez observando que o céu é mais azul, que o verde é mais verde. Cada vez que desce ao subir ficar mais perto do céu. Enxerga melhor as pessoas, as coisas, os bens materiais e espirituais e sabe discernir a hora de correr, a hora de andar, a hora de parar. Tudo tem seu tempo certo. Enxergar e ver, discernir tais adversidades é coisa de gente feliz.

Observação: Deram-me o tema elevador. O texto de minha pretensão era totalmente diferente. Saio este.

Maria Dilma Ponte de Brito
Enviado por Maria Dilma Ponte de Brito em 29/07/2010
Reeditado em 24/04/2020
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