Tudo passa

Tudo passa... Demorei pra aprender isso. É exatamente como o Lulu cantou:

Nada do que foi será

De novo do jeito que já foi um dia

Tudo passa

Tudo sempre passará

A vida vem em ondas

Como um mar

Num indo e vindo infinito

Tudo que se vê não é

Igual ao que a gente

Viu há um segundo

Tudo muda o tempo todo

No mundo

Não adianta fugir

Nem mentir

Pra si mesmo agora

Há tanta vida lá fora

Aqui dentro sempre

Como uma onda no mar

Quando eu era pequeno, achava que se eu brigasse com alguém que eu gostava, esse alguém não gostaria mais de mim. Nunca mais. Além disso, eu não entendia por que duas pessoas que se amam poderiam brigar. Então, eu achava que se alguém brigava comigo era porque não gostava de mim. E assim eu ficava triste por não entender como funciona muita coisa na vida.

Hoje sei bem que mesmo as pessoas que se amam brigam. Um amigo disse que só briga quem se ama. Casal que não briga, não se ama, não tem confiança mútua nem para brigar, para dizer as verdades. Quando a gente não gosta, não briga, ignora. Tem toda razão. Muitas vezes brigamos por dizer a verdade, outras tantas brigamos por termos ficado calados. Só brigamos com quem temos a esperança de resolver o motivo da briga.

Desentendimentos, desapontamentos, decepções sempre acontecerão. As pessoas têm dificuldade de lidar com as diferenças e também com as semelhanças. Isso mesmo. Brigamos pelas diferenças. Mas também brigamos quando "nos vemos" em alguém. Projetarmo-nos em outra pessoa nos incomoda.

Como dizem, “tudo é passageiro, menos o motorista e o cobrador.”

A grande verdade imutável é que tudo muda. Tudo passa mesmo. Num dia amamos, no outro odiamos. Num dia, é tudo, no outro, é nada. Tudo sempre mudará. É difícil lidar com isso também. Mas é preciso. É preciso sobreviver em meio a tudo, a todos, às mudanças.

(Catalão, 28/07/2010)

Hélio Fuchigami
Enviado por Hélio Fuchigami em 28/07/2010
Código do texto: T2405270
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2010. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.