Nebulosa
Há dias que amanhecemos com a alma encoberta, assim como nos dias nublados em que, mesmo sabendo que o sol brilha, não conseguimos vê-lo.
Quantos de nós já não pensamos que tenhamos nascido para viver só, sem amizades sinceras, sem um família que apoie, que conforte, que ouça e auxilie, sem um romance?
Em certos momentos parece que as pessoas podem ser divididas em dois grupos no que tange ao campo afetivo: as que nasceram para amar e as que vieram para serem amadas, por estarmos nos sentindo sufocados, parece que nos enquadramos nesta última.
Esse sentimento de estar envolvido sob uma nuvem negra é desencadeado por questões mínimas como uma palavra dúbia, um olhar torto, aparências que não soam bem, fazendo-nos pensar que algo está errado.
Então, passamos a pensar se as pessoas estão conosco porque gostam da sua companhia ou se é por interesse, se sua família gosta de você mesmo ou lhe suportam, se o seu companheiro (a) realmente sente o que diz que sente, enfim, várias questões, nem sempre com alguma justificativa plausível. Sentimo-nos incapazes, infelizes, temos vontade de chorar (e até choramos!).
Por que será que isso acontece? Sei lá. Apenas sei que muitas pessoas venceram na vida mesmo não tendo amizades sinceras, um amor verdadeiro ou ma família participativa, mas tinham algo maior, vontade de mostrar que podiam alcançar seus objetivos, decidindo por serem atores e diretores da sua história. Amavam a vida e percebiam possibilidades onde muitos viam o fim da linha.
Acreditar nas suas qualidades e no seu potencial é o primeiro passo d euma caminhada árdua, trabalhosa, que é conquistada no dia-a-dia, a cada obstáculo transposto, mesmo nos momentos em que se sente envolvida por uma nuvem negra.
Nem sempre teremos o apoio que desejamos, mas se tivermos o empenho e até mesmo teimosia naquilo que se quer alcançar, encontramos os caminhos necessários para fazê-lo, ou, como alguém escreveu em algum lugar, "se não encontrar o caminho, eu o faço". A vida é feita de escolhas; podemos ser expectadores no palco da vida ou, sairmos da platéia e assumirmos os riscos, o roteiro e a direção da própria história. Qual sua escolha?